O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, considera «perverso» o despacho de arquivamento do caso Freeport. Em entrevista à «SIC Notícias», confessou-se «surpreendido e indignado» porque «nunca tinha acontecido aparecer num despacho de arquivamento um questionário com perguntas dirigidas a pessoas que os investigadores nunca tentaram chamar ao inquérito para esclarecimentos».
«Não é tolerável no Estado de Direito que os senhores procuradores utilizem os poderes que lhes são confiados para produzirem um efeito de remeter para a comunicação social o esclarecimento das questões que eles próprios entenderam formular no inquérito mas não perguntaram a ninguém», afirmou.
Pedro Silva Pereira acrescentou que ele e José Sócrates estiveram sempre «disponíveis» para responder e recorda que, não sendo membro do Conselho de Estado, «poderia ser ouvido em poucos dias». Por isso, a justificação do «despacho não me convence», afirmou, recordando que «o prazo para o inquérito não era uma surpresa».
«Se os senhores procuradores querem fazer uma pergunta a alguém durante o inquérito, devem chamar essa pessoa. E a negação extraordinária da falta de tempo é absolutamente insustentável», reiterou.
Pedro Silva Pereira garantiu que conseguiria rapidamente responder às questões e fê-lo mesmo na entrevista:
- «Não conheço nenhum dos arguidos. Conheço apenas aqueles que eram responsáveis pelo Instituto de Conservação da Natureza».
- «Não reuni com nenhum dos promotores».
- «Nunca me foi apresentado o projecto».
- «Depois há quatro perguntas sobre a Zona de Protecção especial do Estuário do Tejo, mas nenhuma delas contribuiu para a viabilização do empreendimento».
- «E finalmente há mais três perguntas sobre campanhas eleitorais autárquicas na margem sul do Tejo em 2001, matéria em relação à qual não tive nenhuma intervenção política», afirmou.
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- Redação
- 4 ago 2010, 09:35
Pedro Silva Pereira, considera «perverso» o despacho de arquivamento do caso Freeport e, em entrevista, responde às questões dos investigadores
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