Ataque no seio do Governo a Portas «foi tiro no pé» - TVI

Ataque no seio do Governo a Portas «foi tiro no pé»

Ataque no seio do Governo a Portas «foi tiro no pé»

Pires de Lima dá a entender que alguém quis prejudicar o ministro. Marques Mendes também critica

Neste domingo surgem duas reações convergentes à crise no seio do Governo. Pires de Lima e Marques Mendes concordam que a ideia de cedência criada em volta de Paulo Portas é prejudicial e até será «um tiro no pé».

Entrevistado no programa «Gente que Conta», da TSF e Diário de Notícias, Pires de Lima comenta a forma como saíram notícias relativas aos resultados do conselho de ministros extraordinário da semana passada e mais concretamente à já chamada TSU para os idosos. O presidente do Conselho Nacional do CDS acha que alguém, que não identifica, tentou prejudicar o CDS e Paulo Portas, o que considera «pateta».

«A verdade é que aquilo que a Troika queria, que era a imposição desta medida como parte do processo de aprovação da sétima avaliação, caiu. Ainda está no memorando, mas está como opcional, está facultativo, sabe-se que teremos uma crise política se essa medida for incluída no Orçamento do Estado para 2014, mas essa medida não foi necessária de forma obrigatória para que fosse aprovada a sétima avaliação», frisou, passando para a crítica: «Acho que a forma não oficialmente, em off, alguém, não sei quem, comunicou o resultado do Conselho de Ministros, foi um tiro no pé e uma tentativa de prejudicar o CDS e o doutor Paulo Portas. É um bocadinho até pateta».

Pires de Lima diz estar convicto que Passos Coelho «não está interessado que esta medida avance», não só do ponto de vista política, mas também porque «está consciente das vantagens em concluir» o memorando «o mais depressa possível», mas também «os efeitos negativos que este processo está a ter em Portugal».

Também Marques Mendes falou desta situação, considerando que o Governo tentou «humilhar» Paulo Portas ao tentar passar a ideia de que o ministro teria «duas caras».

«Houve uma parte do Governo, a parte ligada ao PSD, que tentou humilhar publicamente o ministro Paulo Portas e acho que isto é de uma enorme gravidade. Acho que isto não é uma atitude responsável, nem uma atitude inteligente. Tentou demonstrar com a fuga de informação que o ministro Paulo Portas afinal tinha duas caras. Eu acho que isto não é responsável, porque dentro de um Governo em coligação os ministros são supostos fomentarem convergências e não salientarem divergências», disse o ex-líder do PSD na SIC, considerando que fica com a sensação de que o Governo está em fim de ciclo.

Mais brando foi Nuno Melo. Em entrevista ao jornal «Público», optou por sublinhar a vitória sobre a Troika: «Em relação à TSU [dos pensionistas], houve um antes e um depois dadeclaração do dr. Paulo Portas. E houve uma medida que, do ponto de vista da troika, era estruturante e vinculativa e passou a ser opcional. E por isso facultativa. Houve necessariamente uma vitória do Governo sobre uma posição inicial da troika que acabou por ser alterada».

«O que considero politicamente um erro será alguém querer transformar uma vitória do Governo no que seria uma derrota do CDS. Porque manifestamente o que sucedeu, do ponto de vista social, foi uma vantagem muito significativa para quem recebe pensões», frisou, não deixando de dar uma opinião sobre as divisões no seio do Governo: «Vejo as divergências numa coligação como uma vantagem, no sentido em que são uma válvula de escape para os problemas, desde que sejam ultrapassados ¿ e têm sido. Vejo com enorme vantagem este Governo ser uma coligação de dois partidos».
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