Terrorismo: Passos pede «coordenação de meios e cooperação de forças» - TVI

Terrorismo: Passos pede «coordenação de meios e cooperação de forças»

Primeiro-ministro diz que a ameça do terrorismo «ultrapassa fronteiras» e tem de ser combatida «necessariamente em rede»

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O primeiro-ministro alertou, esta quarta-feira, que a resposta de segurança à ameaça do terrorismo global requer «coordenação de meios e cooperação de forças», por forma a que se possa enfrentar um «inimigo imprevisível e clandestino».

Pedro Passos Coelho falava na cerimónia de tomada de posse de Adélio Neiva da Cruz como diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS), realizada nas instalações do SIS no forte da Ameixoeira.

«Temos por isso procurado reformular conceitos delimitadores das intervenções das Forças e Serviços de segurança, ao mesmo tempo que procuramos reforçar a cooperação internacional, já que a ameaça e a agressão ultrapassam fronteiras geográficas e as respostas terão que ser necessariamente em rede», referiu o chefe do Governo, observando que a livre circulação e os grandes fluxos migratórios no espaço europeu exigem uma «intensa cooperação a todos os níveis».

Tendo presente os últimos acontecimentos terroristas na França e na Bélgica, Passos Coelho entende ser «oportuno avançar com medidas preventivas concretas, evitando assim decisões reativas face às ações terroristas», sublinhando que neste processo conta, sobretudo, a «capacidade de detetar precocemente tais ameaças», investindo assim na redução do risco e no trabalho fundamental desenvolvido pelos serviços de informação.

O primeiro-ministro referiu que o Governo tem procurado potenciar as capacidades de deteção e prevenção dos serviços de informações portugueses, apesar dos constrangimentos financeiros, notando que o bom funcionamento das informações nacionais «dependerá, cada vez mais, de uma estrutura bem coordenada e de uma eficiente cooperação» entre os serviços existentes.

«A capacidade dos serviços de informação dependerá ainda de uma mudança de mentalidades, que aproxima a sociedade civil, que integra uma cultura de segurança, que desmistifica habituais tabus em torno da capacidade operacional e dos propósitos das informações», acrescentou.

Neiva da Cruz reconheceu que as «exigências são enormes» num quadro agravado pelos recentes atentados em França e na Bélgica, mas readmitiu que Portugal é um «país com um grau de ameaça terrorista relativamente baixo», o que não invalida que tenha que existir toda a atenção à ameaça terrorista internacional.

«Somos um país com um grau de ameaça terrorista relativamente baixo, classificado de moderado, mas estamos ativos na deteção da ameaça e na identificação dos seus agentes, sobretudo na ameaça terrorista internacional com os seus diversos palcos e agentes, geograficamente próximos de nós», frisou.

A ideologia expansionista e a imprevisibilidade das ações terroristas, assim como a «brutalidade» dos seus atos e os «processos de radicalização», foram outros aspetos abordados na intervenção do novo diretor do SIS.

A cerimónia contou com a presença do secretário-geral dos Serviços de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Perreira, da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, e do diretor nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, entre outras figuras.
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