Açores: o duelo entre o «delfim» e a Berta que não é Passos - TVI

Açores: o duelo entre o «delfim» e a Berta que não é Passos

Uma campanha que contou com muitas figuras nacionais, mas não com o primeiro-ministro. Luta pela vitória entre PS e PSD

Relacionados
Os 225 mil eleitores açorianos vão este domingo às urnas para escolher o sucessor de Carlos César à Presidência do Governo regional e o consequente Parlamento Regional. A vitória disputa-te entre Vasco Cordeiro, apontado como «delfim» de César no Partido Socialista, e a social-democrata Berta Cabral.

São doze as candidaturas (um recorde), sendo que o PSD não se apresenta a votos na ilha do Corvo, onde prefere celebrar um acordo com o Partido Popular Monárquico, mais do que previsível vencedor. Resta saber se Paulo Estevão, o presidente do PPM, se vai ficar por um deputado ou se vai conseguir os dois lugares a que a ilha tem direito no Parlamento (o mais provável é que o PS fico com o segundo).

O sistema eleitoral açoriano é sui generis, pois pretende abrir mais oportunidades aos pequenos partidos, com dois sistemas de contagem de votos. As nove ilhas formam os ciclos eleitorais, com uma proporção na distribuição de deputados consoante a população, mas um décimo círculo atribui mais cinco mandatos depois de distribuídos os restantes lugares. Nas últimas eleições, em 2008, isso permitiu que Bloco de Esquerda e PCP entrassem no Parlamento Regional, juntando-se a PS, PSD, CDS e PPM.

Sem certezas em relação ao resultado final, PS e PSD cerram fileiras. Entre o «delfim» Vasco e a social-democrata Berta Cabral, que disse não ser como Passos Coelho (numa tentativa de descolagem à perda de apoio ao PSD nacional), pode intrometer-se o CDS-PP, que tem a possibilidade de surgir como pivô numa eventual coligação. Com um dos dois partidos e não necessariamente o PSD. Na última legislatura o CDS-PP ficou em terceiro lugar e teve direito a cinco deputados. Nos últimos dias, até Portas tentou

dar uma força.

Aos Açores, por estes dias, acorreram todos os líderes políticos nacionais, menos Passos Coelho. O seu lugar foi ocupado por dois ex-presidentes do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes, que surgiram em simultâneo ao lado de Berta Cabral. A candidata faz tudo para descolar a sua imagem da situação nacional e até admite o pedido de voto contra no Orçamento do Estado de 2013.

Carlos César, presidente desde 1996, quer passar o testemunho a Vasco Cordeiro, atual Secretário Regional da Presidência. César criticou a presença de Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa no Arquipélago, apelidando-os de «mestres do disfarce», enquanto Cordeiro optou pela diplomacia, promovendo até um encontro informal com a principal rival numa visita a uma feira.

Num arquipélago com nove ilhas multiplicam-se as candidaturas. Como foi acima referido, no Corvo o PSD não está presente, enquanto que o PPM coliga-se com o PND para formar a «Plataforma de Cidadania» no Faial, Graciosa, Pico, Santa Maria, São Jorge, São Miguel e Terceira. Para além dos tradicionais PS, CDU, Bloco de Esquerda e CDS-PP registam-se ainda candidaturas do Partido Trabalhista Português, Partido da Terra, Partido Democrático do Atlântico, PCTP/MRPP e PAN.
Continue a ler esta notícia

Relacionados