Conheça a reação do Governo à entrevista de Sócrates - TVI

Conheça a reação do Governo à entrevista de Sócrates

José Sócrates

Paulo Macedo diz ter uma «visão» diferente da do ex-primeiro-ministro sobre a entrada da troika em Portugal

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O ministro da saúde, Paulo Macedo, disse, esta quinta-feira, não ter a mesma «visão» que a transmitida pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates sobre o que levou Portugal a pedir ajuda da troika.

«A minha visão não é claramente aquela que eu ouvi hoje transmitida nas notícias. A minha visão dos acontecimentos que nos levaram ao resgate e à situação da troika ter vindo para Portugal e à situação da nossa dívida, designadamente numa falácia que parece óbvia mas que é tantas vezes repetida que é o seguinte: a dívida pública tem aumentado muito em 2012 e em 2011», afirmou Paulo Macedo, quando questionado sobre a entrevista de quarta-feira do ex-primeiro-ministro que admitiu não ter visto.

Para o também ex-diretor geral de impostos, «não é a questão de quando é que a dívida aumenta no ano, mas porque é que em termos estruturais a dívida aumenta».

«Designadamente, quando tivemos de pedir um resgate de 78 mil milhões de euros que leva a que por si só gere um efeito de aumento de dívida que é expectável. Mas sobretudo a questão dos défices ano após ano, enquanto nós tivermos um défice orçamental ano após ano, a dívida pública aumentará», assinalou.

Para o ministro da Saúde, se todos os anos o país acumular o défice, «a dívida pública só tem uma tendência» que é aumentar, tal como quando se inserem «novas empresas e novas realidades» dentro do «perímetro orçamental» e quando se regularizam «dívidas acumuladas da Saúde».

José Sócrates afirmou em entrevista à RTP que em Portugal é contada uma narrativa sobre o seu Governo com vários «embustes»: que a crise era nacional e não internacional; que foi o anterior executivo quem conduziu o país à ajuda externa, quando foi o chumbo do PEC 4 que a tal levou; e, finalmente, que este executivo PSD/CDS está apenas a aplicar o memorando assinado pelo Governo socialista em maio de 2011.

«O que o Governo fez nestes dois anos foi aplicar o dobro da austeridade que estava no memorando inicial. Este Governo fez já sete alterações ao memorando inicial», apontou o ex-primeiro-ministro que, sobre as políticas do atual executivo, disse ainda: «Esta solução não resulta. Se continuarmos a cavar na mesma solução, não cumpriremos nem défice, nem dívida.»
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