Passos diz que trabalho temporário no SNS é «perverso» - TVI

Passos diz que trabalho temporário no SNS é «perverso»

Primeiro-ministro referia-se à contratação de profissionais de saúde, como os enfermeiros, por menos de quatro euros/hora

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O primeiro-ministro garantiu, no sábado, que o Governo tem aumentado a contratação de «recursos permanentes» na saúde, reconhecendo ser «perverso» recorrer a empresas de trabalho temporário para responder a necessidades permanentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Passos Coelho falava na festa do 38º aniversário da Juventude Social-Democrata (JSD), que decorreu no Estoril, e respondia ao presidente desta estrutura, Duarte Marques, que o confrontou com o caso dos enfermeiros contratados para trabalhar em serviços públicos a troco de menos de quatro euros por hora.

O primeiro-ministro reconheceu que antes das eleições de há um ano o PSD deu razão à JSD e considerou que o país não pode aceitar uma «proletarização da juventude portuguesa baseada em recibos verdes, em que as pessoas são obrigadas a pagar com os recibos verdes aquilo que as entidades que as contratam não estão disponíveis para pagar».

«Tens toda a razão, temos de rever essa situação», prometeu Passos Coelho, citado pela Lusa, dirigindo-se a Duarte Marques.

E acrescentou de seguida: «O Estado tem vindo, com este Governo, a resolver vários problemas estruturais do próprio Estado. Um deles tem a ver com esse, o recurso via trabalho temporário para resolver necessidades que são permanentes.»

Para o primeiro-ministro, as necessidades «ocasionais não podem deixar de ser servidas por soluções de conjuntura, com recurso à contratação de empresas que assegurem, por curtos períodos de tempo, as necessidades que o Estado tem».

«Mas onde as necessidades são permanentes, é perverso recorrer a estas soluções», defendeu, acrescentando: «Por essa razão, nomeadamente no sistema de saúde, temos vindo a aumentar a disponibilidade para contratar, em termos permanentes, novos recursos. Isso tem sido patente até nas conversações que se vêm mantendo com a Ordem dos Médicos e os sindicatos a propósito deste pré-aviso de greve [11 e 12 de julho].»

Na sua intervenção, Duarte Marques tinha lançado um «desafio» a Passos Coelho «em nome dos jovens» portugueses, na sequência de notícias da contratação de enfermeiros para o SNS através de empresas que lhes pagavam valores «muito abaixo» daquele que cobravam ao Estado.

Além do primeiro-ministro, outros sete antigos presidentes da JSD estiveram na festa que assinalou os 38 anos desta estrutura.
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