Passos não se importa de perder eleições, mas não se demite - TVI

Passos não se importa de perder eleições, mas não se demite

Em entrevista, primeiro-ministro diz que pode pagar um «preço elevado para salvar o país», mas garante que não abandona o barco

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Pedro Passos Coelho garantiu esta terça-feira que não abandonará a liderança do PSD, nem o cargo de primeiro-ministro se perder, por «uma margem significativa», as eleições Europeias. Em entrevista à SIC, o primeiro-ministro afirmou também que a relação com Paulo Portas «é boa» e que o PSD não irá «fabricar» um candidato presidencial.

Questionado sobre qual seria um bom resultado nas eleições Europeias, Passos Coelho assumiu a vontade de «ganhar as eleições», sublinhando, no entanto, que em caso de derrota, a demissão é um cenário para «nem pensar». O primeiro-ministro recusou, assim, qualquer leitura nas Europeias sobre a insatisfação dos portugueses. «Não me demiti nas autárquicas, não me demitiria nas Europeias».

«Os governos são julgados em eleições legislativas, não é em eleições autárquicas, não é em eleições europeias, não é em referendos. Os governos são julgados em eleições legislativas», disse.

O primeiro-ministro sublinhou mesmo que «um comandante» não pode abandonar o barco e que tem «um mandato para respeitar, um mandado sagrado». Um mandato que o primeiro-ministro não se importa de perder se for para salvar o país. «Se nós tivéssemos preocupados com as eleições não tínhamos avançado com as medidas que avançamos. Se for preciso pagar um preço elevado por salvar o país da banca rota, eu não me importo de pagar esse preço», disse.

Sobre a relação com o vice-primeiro-ministro, depois de no verão passado Paulo Portas ter apresentado a demissão irrevogável do governo, Passos Coelho assume que a relação «é boa» e recusa que exista uma ausência de Paulo Portas dos holofotes públicos: «Ele não tem estado a fazer turismo, nem a fugir da situação nacional, tem estado no exercício das suas competências», afirmou.

Falando sobre a coligação, Passos Coelho disse que «não está a fazer planos para mexer no equilíbrio da coligação e do governo», defendendo que é a «obrigação» do governo de coligação «concluir esta legislatura».

«Nós temos o dever de levar até ao fim esta reforma estrutural para o país e de mostrar que é possível uma coligação chegar ao fim do seu mandato», reforçou o primeiro-ministro, salientando que não existe ainda qualquer decisão sobre a possibilidade do CDS e do PSD concorrerem coligados às próximas eleições legislativas.



Já sobre as presidenciais, o primeiro-ministro recusou divulgar uma preferência, nomeadamente por Durão Barroso, e assumiu que o PSD não vai «fabricar candidatos». «O PSD irá analisar aquilo que forem as intenções dos putativos candidatos, a sua preferência de acordo com a avaliação que fizer do candidato presidencial», disse, sublinhando que a relação com o atual Presidente da República «tem sido impecável».
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