«Precisamos mais de soluções do que de moções» - TVI

«Precisamos mais de soluções do que de moções»

Portas pede aos socialistas para não levarem «muito longe» a rutura com o governo

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Paulo Portas deixou um apelo ao PS na moção de censura apresentada esta quarta-feira. O ministro de Estado diz que o país precisa «mais de soluções do que de moções» e pede aos socialistas para não levarem muito «longe» a afirmação de que existe uma «ruptura definitiva» com o Governo.

No discurso desta tarde, Paulo Portas considerou que a moção de censura apresentada pelo PS tem cinco fragilidades, nomeadamente, porque põe em causa a estabilidade política de que o país dispõe e que é essencial para a imagem externa.

O ministro de Estado distingue os partidos que apresentam moções de censura, considerando que uma coisa são os partidos que os portugueses «não esperam ver no governo», outra coisa são «os partidos do arco governativo». O PS, sendo um partido de governação, ao apresentar uma moção de censura, ainda que seja chumbada, está a dizer que quer eleições.

Uma atitude que Portas considera «um erro», tanto mais, pelo momento que foi escolhido. O ministro afirma que em abril o governo negoceia os prazos de vencimento dos compromissos que o país tem de honrar e lembra que não está a falar de «trocos». Para Portas, a iniciativa do PS põe em causa o país e não o Governo, uma vez que o sucesso da negociação de Portugal interessa a todos. «Só por lapso o PS pode ter escolhido este momento», disse.

Como segunda fragilidade da moção de censura, Portas lembra que a eventual consequência política da aprovação da moção seriam eleições antecipadas e como tal um segundo resgate. «Estando Portugal a um ano do fim da assistência, está o maior partido consciente de que as eleições levariam a um segundo resgate?», questionou, considerando não ser provável que a Europa dê condições mais favoráveis ao PS do que ao PSD. O centrista critica também o facto dos socialistas apresentarem ao país o fim da austeridade e à troika a manutenção dos compromissos.

Portas lembra que uma mudança de governo, não garante uma mudança de política. «Já temos uma liderança socialista na Europa e nem por isso deixou de acontecer o que aconteceu em Chipre», realçou o ministro de Estado. Na quarta fragilidade, Paulo Portas afirmou que os «portugueses fizeram muitos sacrifícios para não serem considerados a Grécia». Em caso de eleições, «Portugal voltaria a ser visto como um país que seria parte do problema e não parte da solução».

Por fim, Portas pede ao PS para não levar longe de mais a expressão «rutura definitiva com o governo». O ministro considera que esta é uma atitude pouco prudente e pergunta «o que ganha o país com este nível de crispação?». Portas pergunta ainda que imagem terá o país se não existirem «margens mínimas» de entendimento entre os partidos do arco da governabilidade.

«Vale a pena não levar longe de mais esta ideia da rutura definitiva quando Portugal ainda está sob protetorado. Precisamos mais de consenso do que divisão, precisamos mais de soluções do que de moções», defendeu Paulo Portas, considerando que «Portugal merece outra atitude e outra grandeza dada a sua muito difícil circunstância».
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