«Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal» - TVI

«Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal»

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  • Paula Gonçalves Martins
  • 23 jul 2012, 21:27

Passos Coelho critica oposição por usar situação difícil do país para «angariar votos e simpatias»

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O primeiro-ministro deixou esta segunda-feira vários recados à oposição, que acusa de usar as dificuldades que o país atravessa para «angariar votos e simpatia», garantindo que o que interessa ao Governo não é «sair bem na fotografia». «Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, que se lixem as eleições. O que interessa é Portugal», disse.

Num discurso perante o Grupo Parlamentar do PSD esta noite, Pedro Passos Coelho admitiu que o país vive «uma situação de emergência» e alegou que consequências do ajustamento que está a ser feito «não podem espantar ninguém».

«Podemos não ter acertado exatamente na perspetiva para o volume de desemprego em Portugal mas ninguém pode dizer que era possível fazer este ajustamento económico sem desemprego ou falências ou restrições sérias sobre os orçamentos das famílias», defendeu.

Tecendo duras críticas à oposição por usar a realidade para criticar a atuação do Governo, o chefe do executivo lembrou que ninguém apontou até agora uma alternativa para sair da crise. «Estamos a seguir o único caminho. Só há uma forma: é cumprir as nossas obrigações».

«Na solução do problema tem de estar as causas do problemas que conseguirmos detetar, e uma dose de esforço, de sacrifício, que não pode deixar de ser cumprida», admitiu. «Se fosse fácil encontrar uma solução mais rápida, mais barata e mais simples, todos resolviam os seus problemas», disse, lembrando que outros países na Europa, como a vizinha Espanha, estão a implementar as mesmas medidas de austeridade. «Mas a verdade é que os supostos caminhos alternativos batem sempre no mesmo ponto: não cumpram aquilo a que se comprometeram. E isso não é uma alternativa».

Governo sente apoio dos portugueses

«Todos sabem que quem não cumpre só pode ser penalizado. Todos sabem que vão ter de pagar mais caro a confiança dos mercados, mais caro e por mais tempo, as soluções que tiverem de ser adotadas no futuro, quando se revelar que estas não são viáveis», disse. «É por isso que os portugueses têm estado empenhados em ajudar o Governo a cumprir este mandato. Porque sabem que isto não dá votos ao Governo, mas é importante para Portugal».

Por isso mesmo, Passos sublinhou a «grande diferença entre opinião pública e a opinião publicada»: uns aproveitam para «exacerbar a conflitualidade na sociedade portuguesa» mas «os portugueses devem pensar: onde é que está essa conflitualidade? Eles não a veem».
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