Embaixador da Guiné-Bissau intimado a deixar o cargo - TVI

Embaixador da Guiné-Bissau intimado a deixar o cargo

TVI24

Fali Embaló recebeu carta das autoridades de transição, em que é aconselhado a «preparar-se» para se «despedir» de Portugal

Relacionados
O embaixador da Guiné em Portugal, Fali Embaló, confirmou este sábado ter recebido instruções das autoridades de transição em Bissau para se preparar para abandonar o cargo, informação que está afixada no Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense.



As autoridades de transição da Guiné-Bissau comunicaram a intenção de substituir os embaixadores do país em Portugal, França e União Europeia, por três novos encarregados de negócios.



Fali Embaló ainda não recebeu a «notificação oficial», nem tem a indicação de uma data concreta para abandonar o seu posto. Até lá, vai «desempenhando cabalmente» as suas funções, disse em declarações à agência Lusa.



«Li na internet, mas estou aguardando a notificação oficial», referiu o diplomata. Fali Embaló acrescentou que recebeu, «há um mês», das autoridades de transição guineenses, no poder desde o golpe de Estado de 12 de abril, uma carta na qual era aconselhado a «preparar-se» para se «despedir» de Portugal.



O embaixador da Guiné em Portugal disse ter tomado «boa nota» pedindo para que fossem reunidas «as condições para o regresso ao país natal», nomeadamente a passagem de avião e a expedição de bagagem «com toda a legalidade».



«Não sou nenhum ladrão», realçou em declarações à Lusa.



Fali Embaló é também o representante da Guiné-Bissau junto da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que não reconheceu o golpe de Estado no país.



Sobre as razões apontadas pelo Governo de transição para a sua saída, adiantou: «Dizem que eu não pactuo com o golpe. Como não reconheci o golpe de Estado... é ridículo».



Tudo isto, reconheceu o diplomata de carreira, «faz parte, são ossos do ofício de um embaixador, um general não escolhe a frente de combate». E garante: «Estou pronto para enfrentar [outras funções] lá onde eles [os dirigentes guineenses] acharem. Nasci na Guiné-Bissau, para mim é um prazer regressar ao meu país natal».
Continue a ler esta notícia

Relacionados

Mais Vistos