Henrique Neto candidata-se a Belém com soluções à esquerda e à direita - TVI

Henrique Neto candidata-se a Belém com soluções à esquerda e à direita

Henrique Neto

Empresário e ex-deputado socialista apresentou-se esta quarta-feira como candidato a Presidente da República

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O empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto apresentou-se esta quarta-feira como candidato a Presidente da República, afirmando que as soluções para os problemas do país são de esquerda e de direita.

«Portugal tem problemas que têm soluções de esquerda, mas seria mau desconhecermos que muitos dos problemas nacionais também têm soluções de direita. Sem me comprometer, ao longo da campanha, vou apresentar posições sobre os grandes problemas nacionais, a começar por uma visão estratégica, e os portugueses verificarão que estão lá coisas claramente de esquerda como estarão lá algumas coisas que são claramente de direita», afirmou.

O militante do PS, discursou durante 20 minutos no auditório do Padrão dos Descobrimentos, perante uma plateia de algumas dezenas de apoiantes e frisou tratar-se de um concorrente «independente dos partidos políticos», os quais considerou dominados por «grupos organizados» no seu interior.

«Para mim, o PS não é indiferente. É um grande partido da democracia portuguesa. Sou socialista, há alguns anos e, portanto, para mim não há indiferença quando está em causa o futuro de Portugal», disse, quando questionado sobre a reação do atual líder do PS ao anúncio da sua corrida ao Palácio de Belém.

Henrique Neto contou que, «desde o início da caminhada, tinha a consciência de que era uma candidatura independente dos partidos políticos e isso foi uma escolha».

«Não temos de nos preocupar com mais apoio ou menos apoio dos partidos políticos», atestou, distinguindo-se de outros «putativos» concorrentes noticiados como tal.

«Todos os candidatos que estão nos jornais todos os dias são candidatos do sistema, foram ministros, primeiros-ministros. Tenho dúvidas de que, sendo do sistema, tenham a coragem, resistência necessária, para fazer as mudanças de que o país precisa. Muitas candidaturas surgem com compromissos, partidários ou de outro tipo. Esta, asseguro-vos, surge limpa de qualquer compromisso. Se fizermos coisas bem feitas, são da nossa responsabilidade, se fizermos coisas mal feitas, são da nossa responsabilidade», afirmou.

O empresário do setor dos moldes e da região da Marinha Grande apontou «25 anos de erros, alguns recentes outros antigos», mas escusou-se a nomear os políticos em causa.

«Na nossa campanha, não vamos para acusações inúteis. O passado é o passado, já passou. Para problemas e erros, há soluções mais inovadoras. Vamos recordar alguns desses erros», garantiu, destacando a necessidade de uma «visão estratégica para o país», alternativa a Portugal como «apenas bom aluno europeu, esquecendo toda a tradição» e «história de país universalista, atlântico, aberto a todo o mundo - África, América, Oriente».

O candidato estabeleceu como um dos seus objetivos «fazer uma reforma do sistema político, as leis eleitorais», para «aproximar os cidadãos do poder político e acabar com o modelo atual em que os deputados, representantes do povo, são escolhidos pelos diretórios partidários e não dizem nada à maioria dos portugueses que os elegeram» e só «elegem listas fechadas de pessoas que não conhecem ou conhecem mal».

«Os poderes somos nós que os fazemos, com sabedoria, contacto permanente com diferentes setores da sociedade portuguesa, alguma imaginação e criatividade», disse, confrontado com os limites do exercício a partir da Presidência da República.

Henrique Neto mostrou-se esperançado em «capitalizar votos dos portugueses em geral, dos partidos ou fora dos partidos», lembrando ter lutado antes do 25 de Abril para a existência de partidos políticos.

«Agora, os partidos precisam pôr a mão na consciência e fazer uma reforma profunda para acabar com as abstenções, reforçar a democracia, acabar com o conluio que existe entre política e negócios, enfim, uma limpeza verdadeiramente democrática», concluiu.

Henrique Neto pede apoio financeiro através de associação

Henrique Neto vai começar agora o processo de recolha das necessárias 7.500 assinaturas de cidadãos, angariando também fundos através de uma associação.

Segundo a assessoria de imprensa do concorrente a Belém, a associação «Faz o Futuro Connosco» vai ser o veículo para os interessados contribuírem «num mínimo de 10 e num valor máximo de 100 euros» de quota mensal até dezembro.

Ainda de acordo com os responsáveis da candidatura do antigo deputado socialista de 78 anos, é possível «liquidar antecipadamente todas as quotas (10 meses) e joia de cinco euros» por cheque ou transferência bancária.

Henrique Neto despediu-se da conferência de imprensa da sua apresentação como candidato a mais alto magistrado da nação com a mensagem, que é também a denominação do seu sítio da Internet «faz acontecer». Nos cartazes que decoraram o auditório do Padrão dos Descobrimentos lia-se: «por uma nova República».
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