Um grupo de mais de 100 manifestantes atirou, esta tarde, pedras e outros objetos cortantes contra André Ventura e o carro em que seguia, após um comício no Auditório Charlot, em Setúbal.
Foram momentos de grande tensão, que acabaram com a intervenção da unidade especial da Polícia de Segurança Pública (PSP), designada por Polícia de Choque, que forçou os manifestantes a dispersarem, exibindo os bastões.
Apesar de não haver informação de ferimentos graves, um repórter de imagem da TVI foi atingido num joelho. A PSP também deteve um dos indivíduos que protestaram contra a presença do presidente do partido da extrema-direita parlamentar e deputado da Assembleia da República, que tem tido um discurso radical contra minorias em geral, visando em particular a etnia cigana.
Horas mais tarde, cerca das 19:30, a assessoria da campanha adiantou à comunicação social que o candidato "magoou-se numa perna", não especificando, contudo, em que circunstâncias.
Em declarações à TVI, o comandante distrital de Setúbal, Viola Silva, disse que "foram arremessadas pedras e vários objetos que podiam ferir alguém".
A PSP tentou até ao fim evitar que isto acontecesse, mas num estado de direito não pode permitir que isto aconteça. Temos de respeitar todas as pessoas que se candidatam à Presidência da República", acrescentou.
A assessoria de André Ventura disse que tanto o candidato como outros elementos da comitiva "foram atingidos por vários objetos".
Logo após o arremesso de pelo menos uma pedra e outros objetos, os seguranças privados protegeram o candidato presidencial até ao interior de uma viatura, que arrancou do local.
"Hoje é um dia negro para a história da democracia em Portugal"
Numa reação na rede social Twitter, o partido Chega disse "hoje é um dia negro para a história da democracia em Portugal".
Não pode valer tudo. Nada justifica a violência e o arremesso de pedras e objetos que fomos alvo hoje em Setúbal", lê-se na publicação.
Os candidatos Ana Gomes, Marisa Matias e Tiago Mayan Gonçalves também já reagiram e condenaram o sucedido.
Sou contra qualquer tipo de protesto violento contra qualquer candidato. Ninguém actua de forma violenta em meu nome.
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) January 21, 2021
Não se derrota o ódio com violência. Somos um país melhor do que o candidato da extrema-direita e seremos capazes de o vencer na luta democrática.
— Marisa Matias (@mmatias_) January 21, 2021
⏩ Condeno totalmente qualquer forma de violência, ameaça ou coacção, venham de onde vierem, dirijam-se a candidatos, jornalistas ou quaisquer outros cidadãos.#Mayan2021 #AlternativaLiberal
— Tiago Mayan 2021 (@LiberalMayan) January 21, 2021