Covid-19: Marcelo "preocupado com laxismo" no Natal e Ano Novo - TVI

Covid-19: Marcelo "preocupado com laxismo" no Natal e Ano Novo

Presidente da República recandidato ao cargo admitiu estar preocupado com a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal e reitera a importância de uma renovação do estado de emergência apenas por oito dias

O Presidente da República recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu este domingo que está preocupado com ao aumento do número de casos de covid-19, na sequência dos comportamentos no Natal e Ano Novo. 

No debate para as eleições presidenciais de 24 de janeiro com o candidato Tiago Mayan Gonçalves, Marcelo afirmou que "não há dúvida que há, outra vez, pressão sobre internamentos e cuidados intensivos, que é preocupante".

A sensação que eu tenho é que houve um laxismo também agora, sobretudo hoje, mais do que ontem e nos dias anteriores, e isso obriga a que uma renovação seguinte seja uma renovação atenta a essa evolução da situação".

Marcelo reiterou a importância de uma renovação do estado de emergência apenas por oito dias, em vez dos quinze habituais, na véspera de ouvir os partidos com assento parlamentar.

Justifica porque há a preocupação de uma renovação por oito para depois olhar para os números com atenção, ver se eles não vão galopar quando vierem os números do Natal e do fim de ano", disse.

No sábado, o Presidente da República já tinha dado a entender a possibilidade de uma renovação do Estado de Emergência por apenas oito dias, que pode abrir caminho para a renovação do diploma por um mês.

Questionado sobre a hipótese de um confinamento mais amplo no futuro, o Presidente diz que "a ideia é evitar até ao limite que isso aconteça, mas temos de ouvir os especialistas".

Estou preocupado com a evolução última dos acontecimentos, nomeadamente nos lares", prosseguiu o recandidato.

O chefe de Estado admitiu ainda estar preocupado com a  "situação muito complicada no Reino Unido", no que diz respeito à circulação de uma nova variante da covid-19 na Europa Continental.

Marcelo adiantou que falou este domingo com o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e que foram adotadas medidas para "enfrentar a situação dos surtos" no Arquipélago.

"Os países ultra liberais que estiveram contra o estado de emergência acabaram todos a declará-lo" 

O tema da pandemia foi introduzido na parte final do debate, que se realizou na RTP, e ilustrou diferenças bem vincadas nos dois candidatos a Belém.

Aproveitando a sua preocupação com o aumento de surtos em lares, Marcelo Rebelo de Sousa questionou diretamente Tiago Mayan sobre como é que uma visão liberal da sociedade iria lidar com este setor, gerido maioritariamente por instituições particulares ou de solidariedade financiadas pelo Estado.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal não se referiu diretamente à questão dos lares, mas lamentou que, “por preconceito ideológico”, o Estado não esteja a utilizar “todo o sistema instalado de saúde”, considerando que tal tem causado mais mortes.

É uma responsabilidade política deste Governo e desta ministra da Saúde por não ter optado por usar a oferta dos privados. O país não é só covid, temos uma crise de saúde pública não covid”, alertou.

O atual chefe de Estado confrontou Tiago Mayan com o facto de a Iniciativa Liberal votar, quase desde o início da pandemia, contra as sucessivas declarações do estado de emergência em Portugal.

Não deixa de uma ironia falar em mortos covid e não covid quando se opôs quase sempre ao estado de emergência, qual seria o saldo em termos de mortes não havendo estado de emergência com o que permitiu de mobilização de meios, de recursos extraordinários?”, questionou.

“É muito fácil avançar com ideias do Estado liberal, daquele sonho, daquela utopia, e depois votar contra o estado de emergência. Os países ultra liberais que estiveram contra o estado de emergência acabaram todos a declará-lo”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Na resposta, Tiago Mayan considerou que “o Presidente da República escolhe desconfiar dos portugueses” e passar “um cheque em branco ao Governo” e que o país “está a enfrentar a destruição económica e social”.

“Os portugueses demonstraram, muito antes do Governo, que se preocupam, sabem que não íamos poder ter um Natal normal, um fim de ano normal, um Verão normal. O senhor Presidente é que andou a partilhar mínis, bolas de Berlim e a arranjar esquemas para ir para a praia”, acusou Tiago Mayan, que adotou em todo o debate um tom muito crítico em relação ao atual chefe de Estado, mas apenas no final os dois entraram num diálogo mais direto.

VEJA TAMBÉM:

Portugal somou hoje mais 73 mortes por covid-19 e 3.384 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 3.044 pessoas, mais 186 do que no sábado, das quais 500 nos cuidados intensivos (+8).

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.118 mortes e 427.254 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 77.601, mais 926 do que no sábado.

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