O Presidente da República disse, esta segunda-feira, no debate entre os candidatos presidenciais nas rádios, que "é importante ir ajustando as medidas à realidade”, num sinal de apoio a medidas mais restritivas que o Governo pode apresentar já hoje também.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "prevê-se que, na sexta-feira", o número de novos casos de covid-19 possa chegar aos 13 mil por dia, com cerca de 5 mil internamentos, sendo "entre 700 a 800" em Cuidados Intensivos.
Governo não previu terceira vaga da pandemia
O Presidente da República considerou que o Governo não previu a terceira vaga da pandemia de covid-19 e afirmou que, se for necessário, será utilizada a requisição civil de meios de saúde privados.
"Eu diria que houve, por um lado, a não antevisão da terceira vaga no tempo propriamente dito, a concentração no caso da grande Lisboa, e houve a sensação de que não iam ser necessários tantos recursos privados e sociais quanto aquilo que acabou por ser necessário a partir, sobretudo, do crescimento dos casos em dezembro e em janeiro", afirmou o chefe de Estado.
O chefe de Estado frisou ainda que "não houve, até agora, a necessidade da utilização de requisição civil", uma opinião que divide os candidatos, uma vez que Ana Gomes e Marisa Matias já tinham defendido esta intervenção.
Por outro lado, Marcelo alertou que "a capacidade dos privados também está perto do limite", mas adiantou que, "de qualquer modo, tem-se estado a ver que acordos é possível celebrar".
Confrontado se considera que o estado de emergência foi banalizado, Marcelo afimou que, em março, abril e maio, havia um estado de emergência com fronteiras fechadas. Agora, referiu, é diferente e a entrada de novas estirpes é possível. Por outro lado, a economia portuguesa está mais aberta.
Agora, o contexto é mais complicado que março, abril e maio"
No debate entre (quase) todos os candidatos Presidenciais, Marcelo adiantou que vai abrir, na quarta-feira, mais uma unidade de recuo, em Lisboa, bem como reforços no SNS de camas e equipas.
"Quanto mais tempo demorar a pandemia, mais profunda será a crise"
Em resposta às críticas sobre o seu mandato, Marcelo Rebelo de Sousa disse que manteve um diálogo entre especialistas, primeiro-ministro e partidos, pois "quanto mais tempo demorar a pandemia, mais profunda será a crise"
O recandidato disse que é importante e urgente reforçar as medidas de apoio social e saber gerir os fundos europeus: "Deve-se ir mais longe e olhar a médio e longo prazo".
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