Alegre considera discurso Cavaco «egocêntrico e aborrecido» - TVI

Alegre considera discurso Cavaco «egocêntrico e aborrecido»

Manuel Alegre (ARMENIO BELO/LUSA)

Candidato diz que «não são visíveis os contributos que Presidente acha que deu para resolução do país, que está muito pior»

Relacionados
O candidato presidencial Manuel Alegre considerou esta quarta-feira que o discurso do anúncio da recandidatura de Cavaco Silva a Belém foi muito «auto-centrado, um pouco egocêntrico e aborrecido».

Manuel Alegre falava no Funchal num encontro com jornalistas no segundo dia da visita que efectua à Madeira em pré-campanha para as eleições Presidenciais que se realizam a 23 de Janeiro e têm até ao momento cinco candidatos, designadamente Cavaco Silva, Manuel Alegre, Fernando Nobre, Francisco Lopes e Defensor Moura.

«Foi um discurso muito parecido com o que fez há cinco anos», disse Manuel Alegre, acrescentando que «não são visíveis os contributos que Cavaco Silva acha que deu para resolução do país, que está muito pior».

Para o candidato no discurso «não há nada de verdadeiramente novo e põe acento tónico no seu conhecimento dos dossiers e experiência». «Mas isso não se traduziu em nada porque vivemos a prior crise desde o 25 de Abril», acrescentou.

Respondendo à interrogação do Presidente da República sobre a situação do país na ausência da sua acção «intensa e ponderada», Alegre afirmou: «o país está pior, pior que isto é difícil e a sua intervenção não serviu para nada».

Sublinhou que Cavaco Silva «falou sobretudo dele próprio» e «tem omissões de carácter politico», não tendo dito «o que fará em caso de ser eleito».

Salientou que foi a sua candidatura que primeiro falou em necessidade de contenção de despesas na campanha eleitoral, mencionando que nas últimas eleições gastou 849 mil euros, enquanto que Cavaco Silva despendeu 3,194 milhões.

Considerou ainda que o seu «o outdoor é a permanência permanente no cargo de Presidente».

«Eu não colaboro em atitudes populistas com carácter demagógico», declarou, Manuel Alegre, realçando a importância das eleições Presidenciais que «têm custos» mesmo num contexto de contenção.

«Não vou colaborar com o professor Cavaco Silva para não haver campanha. Tem que haver campanha mesmo, debates, com tudo o que isso implica, porque a democracia tem os seus custos», sustentou.

Instado a comentar a tradição do povo português da escolha do Presidente da República ficar definida apenas numa segunda volta e «dar o benefício da dúvida» viabilizando segundos mandatos, referiu que as últimas sondagens mostram que «nunca que nenhum Presidente da Republica partiu tão baixo, está entre 53 e 55%».

«Enfim é um combate difícil e desigual», frisou, opinando que Cavaco Silva é «um candidato da direita».
Continue a ler esta notícia

Relacionados