Presidenciais: campanha eleitoral "escapa" ao confinamento - TVI

Presidenciais: campanha eleitoral "escapa" ao confinamento

Novo pacote de restrições estabelece o dever de recolhimento obrigatório, mas uma das exceções é para participar na campanha

Enquanto o país se prepara para voltar ao confinamento geral, à meia-noite, a campanha eleitoral para as Presidenciais vai continuar, sem proibições associadas às decisões ontem anunciadas pelo Governo.

O decreto proíbe a realização de celebrações e outros eventos, à exceção de "eventos no âmbito da campanha eleitoral e da eleição do Presidente da República"a primeira a realizar-se num contexto de pandemia e de confinamento.

O novo pacote de restrições estabelece que os cidadãos devem permanecer em casa, sendo que uma das exceções é para "a participação, em qualquer qualidade, no âmbito da campanha eleitoral ou da eleição do Presidente da República".

Também neste contexto, os portugueses poderão sair de casa para ir votar, seja de forma antecipada, no dia 17, ou no dia 24 de janeiro.

Contudo, o Governo alerta que, em todas as deslocações efetuadas, devem ser respeitadas as recomendações e ordens determinadas pelas autoridades de saúde e pelas forças e serviços de segurança, designadamente as respeitantes às distâncias a observar entre as pessoas.

Governo não se "mete" na campanha

A primeira campanha realizada em Portugal em estado de emergência arrancou oficialmente no domingo, sob a ameaça de um novo confinamento e com as estruturas a adaptarem as suas agendas às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

António Costa já tinha sublinhado que não seria o Governo a decretar medidas para a campanha eleitoral, apelando ao "bom senso" dos candidatos.

A lei do Estado de Emergência não permite qualquer intromissão das medidas no funcionamento das campanhas eleitorais. Isso é deixado ao bom senso dos candidatos", afirmou António Costa.  

O que vão fazer os candidatos? 

Os candidatos prosseguem com iniciativas discretas, naquela que é a campanha eleitoral mais estranha de sempre. No quinto dia de campanha, as caravanas vão estar espalhadas pelo país, de Lisboa a Ponte de Lima.

Tiago Mayan reafirmou que a sua campanha vai ser readaptada, no entanto apontou que fará o que muitos milhões de pessoas continuarão a ter que fazer: “Sair de casa para trabalhar”.

Porque efetivamente essa é a realidade de muitos portugueses e significará também que, tal como todos os portugueses, eu não vou estar a fazer grandes ajustamentos, a marcar grandes festas ou eventos em salas fechadas”, salientou, depois de ouvir as declarações do primeiro-ministro.

Marisa Matias defendeu, na quarta-feira, que a pandemia da covid-19 não a impede de ouvir “quem tem de ser ouvido”, destacando que a sua campanha já foi “desenhada para um contexto de pandemia”.

A bloquista assinalou que os candidatos têm a “obrigação” de realizar “regularmente” testes à covid-19. Para a candidata, fazer campanha eleitoral não se coaduna totalmente com distanciamento social: “Distanciamento físico precisamos de tê-lo, mas a campanha serve para ouvir as pessoas”, afirmou.

Também na quarta-feira, João Ferreira afirmou que prosseguirá com o roteiro da campanha porque "é preciso dar segurança às pessoas" em tempo de pandemia.

Pouco antes do anúncio do primeiro-ministro, Ana Gomes adiantou que a direção de campanha está a aguardar pelas orientações do Governo, mas assegurou “querer continuar a trabalhar”.

Eu dei uma orientação: procurarei estar onde há portugueses a trabalhar e onde, obviamente, houver disponibilidade para me receber”, explicou.

A candidata assegurou que, seguindo todas as regras de segurança, procurará também “cumprir” o seu trabalho “como política e como candidata”.

Procurarei ir a locais e instituições onde houver portugueses a trabalhar e inteirar-me das condições em que estão a trabalhar e em que se deslocam para o trabalho”, afirmou, sublinhando que “este não é o momento de deixar de trabalhar”.

Fonte da campanha de André Ventura afirmou à TVI que o candidato continua a percorrer o país de Sul a Norte, com uma série de comícios já agendados.

Todas as atividades da campanha irão decorrer com o maior cuidado e no perfeito cumprimento das regras de segurança e higiene definidas pela DGS", assegurou.

A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina a 22 de janeiro.

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