O candidato sabe que sem o apoio do PS fica numa situação mais complicada em relação a candidatos apoiados por partidos, mas garante que não vai desistir. Entrou na corrida e "claro que sim", que é para levar até ao fim."Já disse que para mim o Partido Socialista não é indiferente. É um grande partido da democracia. Compreendo o incómodo (...). A partir do momento em que assumi uma posição crítica no partido e isso começou nos anos 90 (...) e isso não é simpático, porque os partidos gostam de conformismo, gostam de yes men, de pessoas que concordam com tudo aquilo que é feito"
" Por que raio é que eu havia de dividir a esquerda? Se alguém divide a esquerda são os candidatos que chegaram depois de mim", disse, respondendo ao jornalista Paulo Magalhães.
"Não há varinhas de condão para ninguém"
Henrique Neto tomou a candidatura como missão por, frisou, gostar "muito" do povo e do seu país. Promete diálogo com os portugueses, "primeiro", e com os governos que vierem, "quaisquer que eles sejam".
Entende que tem a "sabedoria" e "conhecimento" que o cargo exige, porque sempre estudou "os problemas", escreveu sobre eles, e deixou vários alertas. Quer ser ele a tomar as rédeas, com a consciência que "não há varinhas de condão para ninguém" .
Quanto ao consenso político, criticou Cavaco Silva: "Não fez nada", só "disse umas coisas".
O candidato presidencial apontou ainda o dedo ao aviso que o atual chefe de Estado fez sobre o Governo que sair das próximas eleições, de só querer dar posse a um Executivo maioritário. Henrique Neto defende que um chefe de Estado deve dar posse a um governo maioritário ou minoritário.
"Não acredito que qualquer primeiro-ministro queira mal ao país. Os erros que têm sido cometidos são por impreparação"
Críticas também ao anterior Governo de José Sócrates, que foi, nas suas palavras, um "desvario total" e um "período negro", mas com Passos Coelho e a sua equipa o país está, também, numa situação "difícil", com gente a passar "fome". E é isso que o move na recolha das 7 mil assinaturas necessárias, mais de meio ano antes de os portugueses irem às urnas.