Opinião: «Tudo isto é muita espuma», diz Marques Mendes - TVI

Opinião: «Tudo isto é muita espuma», diz Marques Mendes

Questões em redor de um «novo» candidato à direita não vão a lado nenhum

Relacionados
As eleições presidenciais, o casamento gay, o encerramento de escolas e a luta entre a Telefónica e a PT foram alguns dos temas abordados por Marques Mendes, esta quinta-feira, no seu espaço de comentário semanal na tvi24.

A promulgação da lei do casamento homossexual por parte do Presidente da República, Cavaco Silva fez nascer um coro de vozes críticas e rumores de que poderia haver um novo candidato à direita. Para Marques Mendes «tudo isto é muita espuma» e não vai a lado nenhum.

O ex-líder do PSD comentou as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e considerou-as «nem muito justas, nem muito felizes».

Principalmente, porque D. José Policarpo dirigiu-se a quem promulgou a lei e «não fez uma critica a quem aprovou a lei», o que «é muito mais grave». Além disso, acabou por se envolver no jogo político dando a entender que se o actual Presidente da República não tivesse promulgado a lei venceria uma recandidatura a Belém.

Mas além do cardeal-patriarca também Paulo Portas e Pedro Santana Lopes falaram sobre as presidenciais. «É uma tontaria», acusou Marques Mendes. Em seguida considerou que o problema estava na nova liderança do PSD e na subida do PSD em relação ao PS: «Há pessoas à direita que estão a perder espaço e espectro político. É normal que comecem a estrebuchar».

Mas como as presidenciais estão «a mexer à direita e à esquerda» o apoio do PS a Alegre, a entrevista deste e o artigo de opinião de Mário Soares, esta semana, foram também alvo de observações.

Apesar de considerar «esperado» o apoio do PS ao Manuel Alegre, Marques Mendes considera que a única novidade foi a contestação dentro do partido: «Bastava olhar para a cara deles».

Outro ponto importante para o ex-líder do PSD foi a demarcação «violenta» que o artigo de Mário Soares representou. Tanto em relação a «Manuel Alegre, como em relação a Sócrates». Parece «um corte radical com o primeiro-ministro, e como a expressão que usou porventura "irreversível"».

Ainda referindo-se a Manuel Alegre, Marques Mendes comentou a sua entrevista à RTP, prevendo «vida difícil» para o candidato a Belém «nos próximos tempos». «Ter o apoio do Bloco de Esquerda e do PS é como ter o apoio de uma coisa e do seu contrário. É andar aos ziguezagues», explicou. Até porque, na sua opinião, há quatro anos havia «uma linha política» na candidatura do historio rosa, mas esta «não tem uma identidade política». «Uma alhada», conclui.

Já em relação ao tempo que Cavaco Silva está a demorar para anunciar ou não uma recandidatura a Belém, Marques Mendes lembra que também Jorge Sampaio e Mário Soares o fizeram muito próximo das eleições. Ou seja, se apoiou os candidatos do PS, agora, «Alegre não tem moral» para criticar Cavaco Silva.

«Outubro» deverá ser o mês em que o actual chefe de Estado poderá falar sobre o tema.

O anunciado fecho de escolas com poucos alunos foi outro dos temas comentados pelo político. Apesar de «em teoria» concordar com a justificação do Governo de que escolas com menos crianças têm menos qualidades, considera que essa não é a verdadeira razão da medida. «Não sejamos hipócritas» o importante será, na sua opinião, cortar despesas.

Com a contestação no horizonte, Marques Mendes lembra que o país não é todo igual: «Temos o urbano e o rural, o litoral e o interior. A medida não pode ser aplicada da mesma forma em todo o país». E é aqui que entram os critérios.

A guerra, «que foi de armas e agora é de euros», entre a Telefónica e a PT também não foi esquecida por Marques Mendes. Ao contrário de algumas vozes que consideram o negócio «feito», o ex-líder laranja tem dúvidas. «Não sou tão categórico que o negócio está feito e que a venda é um dado adquirido», acrescentou. Por fim, lembrou que a proposta da Telefónica ainda corre o risco de ser «considerada ilegal».
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE