Em debate televisivo na RTP, a eurodeputada bloquista viu-se obrigada a reconhecer que, "se a Assembleia da República se pronunciasse num determinado sentido", sabia "muito bem que caberia ao Presidente promulgar", enquanto o antigo deputado regional madeirense, que tinha anunciado, dadas as circunstâncias, que viabilizaria o documento, vincou que também poderia optar por reenviar o orçamento retificativo ao parlamento.
"É preciso uma Presidente que se bata pelo país, que o defenda em todos os momentos, mesmo os mais difíceis" e "a posição da maioria e do Governo era a da integração [do Banif] na Caixa Geral de Depósitos", o que "seria uma mensagem forte para Bruxelas da Presidente", vincou a dirigente bloquista.
Já o antigo padre, sublinhando tratar-se de uma "injustiça clamorosa obrigar cidadãs e cidadãos de Portugal a despejar mais dinheiro na falência de um banco para tentar salvar a atividade especulativa e toda a atividade perversa", admitiu uma primeira censura política.
"Mas, numa situação extrema, que poderes tinha o Presidente que não, em última instância, viabilizar este orçamento retificativo? Demitia-se ou dissolvia a Assembleia da República?", questionou Edgar Silva, invocando o "sentido de responsabilidade".
Marisa Matias afirmou que ambas as candidaturas partilham "todas as questões relacionadas com os direitos do trabalho, do combate à precariedade, dos direitos das crianças", depois de Edgar Silva frisar aqueles pontos como os distintivos.
Confrontado com as notícias de um teste nuclear por parte do regime comunista da Coreia do Norte, o dirigente do PCP defendeu que o Presidente da República "deve ter, no plano internacional e no quadro das Nações Unidas, uma intervenção muito veemente na defesa de uma cultura de paz", pelo "desarmamento e crítica violenta da lógica belicista", citando os casos de Irão ou Estados Unidos.
"Não vejo que seja um privilégio [exclusivo] da Coreia do Norte", limitou-se a afirmar sobre a sua opinião de o regime liderado por Kim Jong-un ser ou não ditatorial, enquanto Marisa Matias afirmou tratar-se de "uma ditadura que ataca o seu povo".