O antigo presidente da Federação Distrital do PS de Leiria disse que não concorda com o modelo dos frente-a-frente televisivos e, por isso, abandonou o debate onde também participaram Jorge Sequeira e Vitorino Silva, conhecido por Tino de Rans.
Cândido Ferreira leu uma declaração na qual afirmava a sua discordância quanto à divisão dos candidatos presidenciais em três grupos, “impedindo que todos debatam com todos”, criticando a RTP, canal de serviço público, por participar neste modelo, e dizendo saber que “este combate é muito desigual”.
“Não me resignarei perante tão profunda e injusta discriminação”, declarou, considerando que essa mesma discriminação “ficará para sempre a envergonhar esta eleição e a reduzir a democracia em Portugal”.
Já sem Cândido Ferreira em estúdio, os outros candidatos concordaram com as palavras do candidato que desistiu do debate e Marcelo Rebelo de Sousa propôs mesmo às televisões um debate a dois.
"Estou disponível para nos próximos dias a uma hora em que o Dr. Cândido Ferreira possa para ter um frente-a frente com ele porque acho que é justo que isso aconteça", declarou Marcelo.
Servir o povo é o mote destes candidatos, que em uníssono recusam o apoio dos partidos, que defendem como base da democracia, mas que também consideram perigosas máquinas trituradoras.
Marcelo diz que é muito importante a independência das pessoas e que os partidos não podem ter o monopólio da democracia.
"É muito importante a independência das pessoas relativamente às máquinas. [...] Ainda bem que as candidaturas presidenciais não são partidárias. Os partidos não podem ter o monopólio da democracia."
Por sua vez, Vitorino Silva frisou que quer ser um Presidente "livre", sem estar "hipotecado" a essas máquinas. E destacou que acredita que vai a uma segunda volta com Marcelo pois ambos são candidatos "populares".
"Se eu tivesse uma máquina não conseguia chegar aqui. Às vezes o grande problema dos partidos é que a máquina prejudica a democracia. Eu não queria ter o apoio de um partido. Quero ser um Presidente da República livre, sem estar hipotecado às máquinas."
Já Jorge Sequeira citou Martin Luther King - "Eu tenho um sonho" - para dizer que é o "homem certo" para a Presidência da República.