Santana Lopes vê com pena retirada de Guterres - TVI

Santana Lopes vê com pena retirada de Guterres

Santana Lopes

Antigo primeiro ministro considera que o caminho para a direita não fica mais facilitado

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O antigo primeiro ministro Pedro Santana Lopes afirmou esta sexta-feira que é «com pena» que vê a retirada de António Guterres da corrida presidencial e considerou que o caminho para a direita não fica mais facilitado.

«Eu, no dia 19 de julho de 2014, dei uma entrevista ao semanário Expresso em que disse que teria muito gosto em que o candidato da esquerda fosse o engenheiro António Guterres, que o achava mais estimulante e, por isso, neste momento, é com pena que o vejo retirado da corrida presidencial», disse Pedro Santana Lopes, em Pousos, concelho de Leiria, à margem de um jantar comemorativo dos 40 anos do PSD.

O ex-primeiro-miunistro socialista António Guterres afirmou hoje que «não é candidato a ser candidato» presidencial, em entrevista ao canal de televisão Euronews, em Bruxelas.

«Já me fizeram essa pergunta muitas vezes e eu respondo sempre que não sou candidato a ser candidato. Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho atualmente, que permite ter uma ação permanente e direta sobre o que se passa no terreno», declarou Guterres, quando questionado sobre a sua disponibilidade para se candidatar às presidenciais de 2016.

«Isto não corresponde a funções, que são muito importantes do ponto de vista do equilíbrio de um país, do ponto de vista de garantir a sua estabilidade, mas não permitem a mesma ação diária para ajudar pessoas que precisam dramaticamente de ajuda, do nosso apoio», justificou o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

O antigo líder do PSD, que em fevereiro passado remeteu uma eventual candidatura à Presidência da República para outubro, disse não concordar com este ponto da declaração de Guterres.

«Acho que há aí uma deficiência no modo como o engenheiro António Guterres vê a função da presidência», assinalou, argumentando ver esta «exatamente da maneira contrária», pois «o Presidente da República tem que estar sempre próximo dos portugueses, principalmente dos mais pobres, neste ciclo que aí vem, dos mais desfavorecidos, empenhado na coesão territorial e na coesão social».

Questionado sobre se, para a direita, o caminho fica mais facilitado com a decisão hoje tornada pública, Pedro Santana Lopes respondeu negativamente.

«Eu acho que não fica, eu acho que aquilo que é óbvio demais é sempre de desconfiar», comentou, garantindo: ««Se eu pudesse ser candidato adoraria defrontar o engenheiro Guterres».

Pedro Santana Lopes referiu que António Guterres «é um pouco, com o devido respeito, como o doutor António Costa, está no Olimpo, ou seja, nesta fase só tem qualidades, como o doutor António Costa antes de assumir a liderança do PS».

Confrontado com declarações recentes de que iria tentar resguardar-se e não ir a eventos como o de hoje e se era uma coincidência o antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa marcar hoje presença em Beja, enquanto ele está em Leiria, Santana Lopes respondeu: «Coincidência era estarmos os dois no mesmo sítio».

«Tenho estado a fazer uma média de uma vez por mês, que acho que é mais calmo, se aceitasse os convites todos, era todas as semanas», assegurou.
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