CDS fala em realidade que o discurso de Marcelo "não consegue esconder" - TVI

CDS fala em realidade que o discurso de Marcelo "não consegue esconder"

  • AG
  • 1 jan 2020, 16:33

Chega critica mensagem do Presidente sem algo de “concreto ou concretizável” e Iniciativa Liberal diz que discurso não teve "verdadeiro foco" ou qualquer efeito

O CDS-PP considerou esta quarta-feira o discurso de Ano Novo do Presidente da República "generalista", mas sem "esconder uma realidade" que penaliza os portugueses como o "caos na saúde" ou uma "crise de autoridade" por parte do Governo.

Em Braga, a reagir pela voz do vice-presidente Nuno Melo, à mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, feita na Ilha do Corvo, nos Açores, o CDS- PP garantiu que tem sido uma oposição "alternativa, forte e eficaz" e que continuará a sê-lo quando "reencontrar a sua liderança", lembrando que o partido vai a votos para eleger o seu presidente em janeiro.

O também eurodeputado fez questão de apontar o dedo ao Governo acusando o executivo de estar a impor a "maior carga fiscal de que há memória" e congratulou-se pelas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa em relação aos ex-combatentes.

O discurso do senhor Presidente da República foi generalista, que se compreende tendo em conta a quadra festiva, mas que ainda assim não consegue esconder uma realidade que penaliza as famílias", afirmou Nuno Melo.

Segundo um dos número dois de Assunção Cristas, o país vive um "caos na saúde com atrasos nas consultas ou nas cirurgias, um aumento perfeitamente absurdo das dívidas na saúde que antes deste Governo e com outro Governo vinham sendo reduzidas ano após ano".

Nuno Melo apontou ainda o dedo ao executivo em relação à política de impostos, considerando que a atual linha impõe "a maior carga fiscal de que há memória".

Aqui com uma nota muito particular para uma classe média que trabalha, que se esforça, que quer vencer, mas que contas feitas, pagos todos os impostos, fica com o rendimento disponível de quase nada", salientou.

Outros pontos negativos sobre a ação governativa são, para o CDS-PP a "crise de autoridade do Estado, que passa pelas polícias, muito mal pagas, mal tratadas, e incompreendidas, como por exemplo, pelas escolas e pelos professores".

Do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, os centristas referiram ainda o apelo do Presidente a que haja uma oposição "alternativa e forte" ao Governo que, segundo salientou o chefe de Estado, governa sem maioria absoluta.

O CDS foi sempre uma oposição alternativa, forte e eficaz e vive um momento muito particular na sua história, com um congresso que se realizará no mês de janeiro e para todos os que percebem que o CDS faz falta e que tem noção da importância do CDS, eu queria deixar uma palavra de esperança. Certo que estou, contados os votos, o CDS reencontrará a sua liderança, continuará esse caminho na oposição como, quando for caso disso, no exercício do poder", garantiu.

O dirigente do CDS-PP salientou ainda as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa dirigidas aos ex-combatentes.

Uma palavra de congratulação neste discurso em relação aos ex-combatentes, o CDS é o partido que esteve sempre ao lado do ex-combatentes e pediu sempre uma solução par aquilo que obviamente é uma falta de justiça de vida em relação aos que lutaram sem que lhes tenha sido pedido e que hoje, muitas vezes, sofrem muito", finalizou.

Chega critica mensagem de Marcelo sem algo de “concreto ou concretizável”

O Chega saudou hoje o Presidente da República por ter feito a mensagem de Ano Novo desde “uma das regiões mais esquecidas e abandonadas”, mas considerou tratar-se de um discurso sem algo de “concreto ou concretizável”.

Numa nota enviada à agência Lusa sobre a mensagem de Ano Novo, o líder e deputado do Chega, André Ventura, saúda Marcelo Rebelo de Sousa por ter tido a “coragem de a emitir a partir de uma das regiões mais esquecidas e abandonadas de Portugal”.

Saudou também o chefe de Estado por ter apelado para “um maior investimento em áreas fundamentais como a inovação, a segurança ou a inclusão”.

Porém, o presidente do Chega lamenta que “nada nesta mensagem” tenha sido “concreto ou concretizável”.

Na ótica de Ventura, “as vítimas das cheias, do mau tempo ou dos incêndios, os profissionais de polícia ou de saúde agredidos - como o caso da médica recentemente agredida em Setúbal - ou os professores humilhados, todas estas classes foram esquecidas por Marcelo” Rebelo de Sousa.

Na verdade, fez-se um vago apelo a investimento público e coesão, coisas muito pouco palpáveis e que dizem pouco aos portugueses que sofrem”, afirma o deputado.

Por isso, o partido refere que “reforçou hoje a sua convicção de que é fundamental que surja uma forte candidatura à direita de Marcelo”, alegando que “é preciso um Presidente da República atento às classes profissionais que sofrem, aos idosos esquecidos e às famílias sufocadas em impostos”.

Para o deputado único do Chega, o chefe de Estado “preferiu ignorar estes aspetos e falar de conjuntura político-partidária”, o que resultou numa “mensagem de Ano Novo alheada das preocupações do povo português”.

Precisávamos de mais”, remata a nota.

Discurso do PR não teve "verdadeiro foco" ou qualquer efeito

O líder da Iniciativa Liberal lamentou hoje que o discurso de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não tenha tido "um verdadeiro foco", tendo sido "um discurso sobre tudo, com efeito sobre nada".

Esteve longe de ser um bom discurso. Na tentativa de ser quase ecuménico, fazendo um esforço para falar de tudo e de todos, deixou a sensação de não ter um verdadeiro foco. Um discurso sobre tudo, com efeito sobre nada", considerou João Cotrim Figueiredo à agência Lusa.

Na opinião do líder da Iniciativa Liberal, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou que, neste último ano do primeiro mandato, vai continuar a ser complacente com a falta de ambição do governo PS, quando, pelo contrário, muitos pensaram que o chefe de Estado iria lançar as bases para a sua reeleição, evidenciando maior exigência em relação ao Governo.

Sem uma palavra para os muitos portugueses que sentem o país amorfo e sem dinamismo. Sem uma palavra de esperança para os emigrantes que queiram voltar, nem para os muitos que consideram sair, porque aqui não encontram oportunidades. Esperava mais deste discurso do Presidente da República", criticou.

 

 

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