O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, escreveu ao seu homólogo francês, François Hollande, expressando "a mais profunda solidariedade" de Portugal pelo "trágico atentado terrorista" em França que vitimou um polícia e a sua mulher.
Senhor Presidente, ao tomar conhecimento do trágico atentado terrorista que ontem [segunda-feira] vitimou um casal de cidadãos franceses, sendo um deles oficial da polícia, num bairro residencial na localidade de Magnanville, quero expressar, em meu nome e em nome do povo português, a mais profunda solidariedade para com França e o seu povo", lê-se na mensagem enviada pelo chefe de Estado português.
Marcelo Rebelo de Sousa transmite as suas "mais sentidas condolências às famílias das vítimas" e, recordando o encontro que teve com François Hollande, em Paris, a 10 de junho, reitera "o empenho e a determinação de Portugal e do seu povo em combater, junto com a França, o avanço do terrorismo e de todas as formas de extremismo".
O Presidente da República de Portugal reafirma que Portugal está ao lado da França na defesa dos "valores democráticos da liberdade e do Estado de Direito em que se funda a União Europeia", acrescentando: "Trata-se de uma batalha da qual, estou convicto, sairemos vencedores.
A polícia francesa deteve três pessoas de 27, 29 e 44 anos, no caso do 'jihadista' francês Larossi Abballa que na segunda-feira matou um casal de agentes policiais em Magnanville, nos arredores de Paris.
As forças de segurança encontraram na residência do casal de agentes, onde ocorreu o atentado, uma lista de alvos que incluía personalidades públicas, jornalistas, polícias e músicos, disse o procurador antiterrorista de Paris François Molins.
Na segunda-feira, pouco depois das 20:00 (19:00 em Lisboa), o atacante, de 25 anos, matou à facada um agente à paisana, antes de se entrincheirar na residência da vítima em Magnanville (oeste de Paris) e de ser abatido no assalto da unidade de elite da polícia francesa RAID.
Na casa, foi descoberto o corpo da mulher do agente, de 36 anos, degolada. A polícia encontrou também o filho do casal, de três anos e meio, "em estado de choque", mas ileso.
Durante as negociações com a força de intervenção, "o homicida indicou ser muçulmano praticante, observar o ramadão (jejum) e explicou ter jurado fidelidade há três semanas ao comandante dos crentes do [grupo extremista] Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi".
Acrescentou ter respondido a um comunicado deste emir que pedia, e passo a citar, a 'morte dos infiéis, nas suas casas com as suas famílias'", explicou o procurador.
Larossi Abballa "indicou saber que a vítima era um agente policial e ameaçou fazer explodir tudo se a polícia entrasse no local", sublinhou Molins.