"Não há democracia verdadeiramente adquirida", diz Marcelo Rebelo de Sousa - TVI

"Não há democracia verdadeiramente adquirida", diz Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa

Chefe de Estado participou num debate com jovens no âmbito das comemorações dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje, em Castelo Branco, que não há uma democracia "verdadeiramente adquirida", alertando que esta se constrói diariamente.

A democracia está nas vossas mãos e a democracia constrói-se todos os dias. Não há democracia verdadeiramente adquirida. Todos os dias se constrói ou não se constrói a democracia. Hoje é um dia de construção da democracia", afirmou o chefe de Estado durante um encontro/debate com jovens no âmbito das comemorações dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia.

Na sessão, que contou com a participação do antigo Presidente da República Ramalho Eanes e do constitucionalista Jorge Miranda, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "é bom que tantos jovens aqui possam estar, porque é uma experiência histórica única poder partilhar a experiência de alguém [Ramalho Eanes] sem o qual não teria havido democracia em Portugal".

Segundo o Presidente da República, a democracia faz-se dos esforços de muitos, mas sublinhou que Ramalho Eanes teve um papel "decisivo" na construção da democracia portuguesa.

O chefe de Estado explicou o simbolismo deste encontro/debate se ter iniciado na cidade de Castelo Branco: "começámos onde era natural que começássemos”, afirmou, frisando o facto de Ramalho Eanes ser “um filho da terra”.

Por isso, este momento histórico é duplamente histórico. É um reconhecimento de uma realidade muito importante, que são as raízes. E o Presidente Eanes tem as suas raízes aqui. É também uma homenagem às raízes, o estarmos aqui", sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a ocasião para agradecer a Ramalho Eanes o que fez pela democracia. "Bem haja por aquilo que fez pela democracia no passado e por aquilo que vai fazer no futuro, porque estes jovens merecem e Portugal merece-o", afirmou.

PR reiterou esperança num entendimento sobre os contratos de associação

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou ter esperança de que seja possível haver um entendimento em relação aos contratos de associação com estabelecimentos de ensino particular e cooperativo.

Estou esperançado que seja possível, com rapidez, encontrar um entendimento", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem de uma iniciativa no âmbito das comemorações dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia, que decorreu em Castelo Branco esta segunda-feira.

Questionado sobre o encontro entre representantes do Ministério da Educação e dos ensinos privado e cooperativo, que vai ter lugar na terça-feira, o chefe de Estado disse que "o fundamental é garantir a estabilidade das crianças, dos jovens, das famílias e das estruturas escolares".

Já no sábado o Presidente da República se tinha manifestado "esperançado" que, com "diálogo" e "convergência de posições", se alcançará "previsibilidade", "certeza" e "estabilidade" em torno dos contratos de associação envolvendo os colégios privados.

O Ministério da Educação alega que o que o motiva a rever o número de contratos de associação é o cumprimento da Lei de Bases do Sistema Educativo, enquanto a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo se escuda com as alterações feitas em 2013 pela equipa ministerial liderada por Nuno Crato.

O Governo do PS e os partidos da esquerda que o apoiam (BE, PCP E PEV) defendem a revisão dos contratos, situação que os partidos da oposição (PSD e CDS-PP) contestam.

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