Vicente da Câmara: Marcelo destaca fado de "nobreza e fidelidade" - TVI

Vicente da Câmara: Marcelo destaca fado de "nobreza e fidelidade"

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República salienta que "poucos intérpretes souberam conjugar tão bem as raízes populares e o cunho aristocrático do fado"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou este sábado, em Lisboa, que o fado de Vicente da Câmara, falecido aos 88 anos, "ficará na nossa memória pela sua nobreza e fidelidade".

Na página da Presidência da República na Internet foi colocada uma mensagem de condolências à família do fadista, falecido na manhã de hoje em Lisboa.

Poucos intérpretes souberam conjugar tão bem as raízes populares e o cunho aristocrático do fado", salienta Marcelo Rebelo de Sousa, recordando que Vicente da Câmara era sobrinho da fadista Maria Teresa de Noronha, primo e pai de fadistas.

"O seu fado, castiço, bem timbrado, ficará na nossa memória pela sua nobreza e fidelidade", destaca o Presidente da República, na mensagem.

Entre outros prémios, Vicente da Câmara foi distinguido em 2013 com o Prémio Amália Rodrigues Carreira e tinha um percurso artístico com mais de 60 anos, que iniciou na extinta Emissora Nacional.

Tornou-se conhecido, entre outros êxitos, pelo fado “A moda das tranças pretas”, e do seu repertório constam ainda temas como "Sino", de sua autoria, "As cordas de uma guitarra" ou "Outono", com letra de seu pai, "Triste mar", "Maldição" e "Menina de uma só trança".

Em 1964 estreou-se no cinema, em "A última pega", de Constantino Esteves, protagonizado por Fernando Farinha, no apogeu da carreira, e contracenando com Leónia Mendes, Júlia Buisel e José Ganhão.

Voltou ao cinema em 2007, sob a direção de Carlos Saura, em "Fados", e ao lado de Carminho, Ricardo Ribeiro, Mariza, Camané e Carlos do Carmo, entre outros.

O fadista, um dos fundadores da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), integrou o elenco do espetáculo de inauguração do Museu do Fado, em 1998. Atuou na Alemanha, Luxemburgo, França, Espanha, Países Baixos, Canadá, África do Sul, Macau, Hong Kong, Coreia do Sul, Malásia, Brasil, Moçambique e Angola.

Em 1993, gravou com José da Câmara e Nuno da Câmara Pereira o CD "Tradição" (EMI/VC), em homenagem à tia Maria Teresa de Noronha.

"O rio que nos viu nascer" (2006) é o mais recente álbum de Vicente da Câmara (Ovação).

O funeral do fadista sai da Igreja da Graça, no domingo, às 15:30, em direção ao cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

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