Desemprego em Portugal ainda é “muito elevado” - TVI

Desemprego em Portugal ainda é “muito elevado”

Passos Coelho (Lusa)

Passo afirmou que apesar de ter descido "paulatinamente", isso não "significa que ainda assim não tenhamos um nível de desemprego que é muito elevado"

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O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que o desemprego em Portugal tem vindo a baixar "paulatinamente", mas ainda é "muito elevado", referindo que as revisões do número de desempregados são "compatíveis" com a projeção feita pelo Governo.

"Iniciámos uma trajetória descendente do desemprego já há bastante tempo, já há quase dois anos, ele tem vindo paulatinamente a baixar, e o emprego tem vindo a aumentar também paulatinamente e, em termos de tendência, essa evolução não tem sido colocada em causa, o que é positivo", afirmou Pedro Passos Coelho.


No entanto, "isso não significa que ainda assim não tenhamos um nível de desemprego que é muito elevado", frisou o chefe do Governo, aos jornalistas, após inaugurar a feira de agropecuária Ovibeja, em Beja.

Segundo Pedro Passos Coelho, as revisões da taxa de desemprego que têm vindo a ser feitas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) "são compatíveis com aquilo que foi a projeção que o Governo fez", considerando que "este é o ponto" que considera ser "mais importante".

O chefe do Governo reagia às estimativas provisórias do desemprego em Portugal divulgadas hoje pelo INE, segundo as quais a taxa de desemprego foi de 13,5% em março, menos 0,1 pontos percentuais do que em fevereiro e menos 1,2 pontos percentuais face ao período homólogo.

No documento hoje divulgado, o INE revê em baixa a taxa de desemprego de fevereiro, que passou de 14,1%, conforme foi divulgado no mês passado, para 13,6%, segundo os dados de hoje.

Em março, a estimativa provisória da população desempregada foi de 692,6 mil pessoas, menos 6,8 mil (ou diminuição de 1%) face ao mês anterior, segundo a estimativa do INE.

A população empregada era de 4.440,1 mil pessoas, mais 6,3 mil pessoas (ou mais 0,1%) do que em fevereiro.

Apesar de frisar que ainda não viu os números hoje divulgados e o que foi "apresentado como justificação por parte do INE", Pedro Passos Coelho disse que pode aperceber-se de que "o INE corrigiu os números do mês de fevereiro, que foi justamente o mês em que apresentou uma correção também e uma estatística que mostrava um aumento significativo do desemprego mensal".

"O que agora o INE vem dizer é que, afinal, esse aumento não existiu e, portanto, em cadeia, de um mês para o outro, de fevereiro para março, o desemprego caiu 0,1 pontos percentuais, mas no mês anterior, em vez de ter subido 0,6 pontos percentuais, afinal não tinha tido esse agravamento e, portanto, isso agora foi corrigido ao contrário", afirmou.


Segundo o primeiro-ministro, "é importante anotar esta nova estatística mensal que o INE apresenta", porque "é uma série nova que está sujeita a várias retificações, que são estatisticamente normais, e isso só significa que temos de olhar para estes números mensais com alguma prudência, porque estão sujeitos a revisão".

Paulo Portas diz que queda do desemprego em março "confirma trajetória positiva"


O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse que a redução da taxa de desemprego para 13,5%, hoje divulgada, confirma a "trajetória positiva" em matéria de desemprego e criticou quem parece ficar feliz com notícias menos positivas.

“Os números que saíram hoje são particularmente claros, mais uma vez houve quem se precipitasse a comentar estatísticas aqui há umas semanas atrás. Até me impressiona que algumas pessoas pareçam felizes com alguma coisa menos boa que surja. A única coisa que deve deixar as pessoas satisfeitas, tenham elas a orientação política que tenham, é a confirmação de uma curva descendente do desemprego”, disse Paulo Portas.


O governante falava na conferência 'Confiança e crescimento: um novo ciclo para Portugal', que decorreu hoje em Lisboa, promovida pelo International Club of Portugal, na qual foi hoje orador.

A este respeito, Paulo Portas lembrou que Portugal chegou a ter uma taxa de desemprego de 17,7% e que esta “é hoje de 13,5%”, afirmando que tal “quer dizer que num espaço de tempo relativamente curto, de dois anos, a economia portuguesa fez o caminho que lhe permitiu baixar o desemprego”.

“Não chega, mas é um fator de esperança que um país tenha a curva do desemprego a descer e não a subir. Há um mês o INE falava em 14%, fala hoje em 13,5%, o que me interessa é que a trajetória seja positiva”, reforçou.


Paulo portas referiu-se ainda ao Programa de Estabilidade 2015-2019 e lançou críticas ao PS.

“Considero muito relevante que no Programa de Estabilidade entregue por Portugal em Bruxelas, a dívida pública em 2019 vá sendo reduzida até um nível que estará nos 107%”, disse.


Além disso, destacou a diferença relativamente aos “outros programas já apresentados também na questão da dívida”.

No cenário macroeconómico apresentado pelo grupo parlamentar do PS, este propôs um conjunto de medidas que terá um impacto na dívida, elevando-a aos 177,6% em 2019, acima do Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo.

“Enquanto houver défices muito exagerados, a dívida vai sempre subindo porque é precisamente a dívida que financia esses défices”, disse Paulo Portas.

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