O grupo parlamentar bloquista madeirense considerava ser “falsa a insustentabilidade financeira” da transportadora aérea nacional, que “desempenha um papel fulcral para a região, em grande parte dependente do turismo”.
O BE/Madeira argumentava que “qualquer perturbação” neste setor “tem, certamente, efeitos nefastos no débil tecido económico” da região.
“A TAP é rentável e poderá sê-lo ainda mais, se bem gerida pelo Estado, constituindo-se numa mais-valia para o país que não pode ser entregue os privados”. “Não existem justificações plausíveis para a alienação deste ativo, que já demonstrou ser economicamente sustentável, porquanto registou, no ano de 2014, um crescimento de 6,6% superior ao das suas congéneres europeias”.
Durante o período de intervenções, o deputado do Juntos Pelo Povo (JPP) Élvio Sousa opinou que neste processo de privatização da TAP, cujo contrato entre o Estado e o consórcio Gateway será celebrado no dia 24 de junho, “a pressa é má conselheira”.
Já o líder parlamentar do PS/M, Carlos Pereira, argumentou que “há dez anos que há uma ameaça [de] que a TAP vai fechar, mas o Estado não meteu um tostão” na empresa, sustentando que o parlamento da Madeira devia “defender os interesses dos madeirenses” que precisam de transportes para sair da ilha e “manter a TAP pública”.
Por seu turno, a deputada Isabel Torres (CDS-PP/M) sublinhou que, devido à situação financeira de “total falta de liquidez”, embora “todos gostassem que a TAP continuasse a ser pública, tal não é possível”.
Para o deputado da maioria do PSD/Madeira Carlos Rodrigues, o documento do BE é “ideológico”, vincando que “o que está a acontecer com a TAP é a melhor solução”, pois o cenário era o seu encerramento no final do ano.
O Governo anunciou na semana passada que decidiu vender o grupo TAP, dono da transportadora aérea nacional, ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman (49%) e do empresário português Humberto Pedrosa (51%). O contrato vai ser assinado já na próxima semana, a 24 de junho.