PSD admite «dar uma oportunidade» ao PS - TVI

PSD admite «dar uma oportunidade» ao PS

Aguiar Branco ameaça Governo em relação ao futuro, se não cumprir o projecto de resolução do PSD em relação aos professores

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O líder parlamentar do PSD admitiu que o seu partido está «a dar uma oportunidade ao PS» com um projecto de resolução que não prevê a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores.

«Havia dois caminhos possíveis: agitar, como fizeram e continuam a fazer alguns partidos à nossa direita e esquerda, mas com resultados inconsequentes. Ou resolver e é o que finalmente temos oportunidade de fazer», disse, no Parlamento.

Para Aguiar Branco, este é o momento «de abdicar de pequenas vitórias, pequenos preconceitos e grandes teimosias», dirigindo-se aos outros partidos da oposição, que foram particularmente duros com o PSD durante este debate.

Mas os social-democratas também esperam uma compensação por parte do PS, que foi transmitida esta quinta-feira ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão: «Depois deste exemplo na Educação, pedia-lhe que transmitisse uma mensagem aos seus colegas de Governo. Em vez de, permanentemente, atacarem os deputados, ouçam os deputados, ouçam o Parlamento.»

Segundo o líder parlamentar do PSD, o partido «será intransigente na fiscalização das acções deste Governo e particularmente, nesta fase, do ministério da Educação». «Propusemos a constituição de um grupo de trabalho na Comissão de Educação e estaremos atentos ao respeito do prazo de 30 dias. Não toleraremos desvios na aplicação desta proposta», garantiu.

E se o PS não cumprir os 30 dias?

A pergunta foi do líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza. «Se não houver respeito pela resolução, ao fim dos 30 dias, terei todos os mecanismos parlamentares que tenho hoje e tenho mais um, um Governo que não respeitou o projecto do PSD, com legitimidade enfraquecida», avisou Aguiar Branco.

No entanto, o líder parlamentar do PCP não acredita nesta solução. «Já percebemos que passados os 30 dias o PSD não tem nenhuma forma de obrigar o Governo a cumprir o projecto de resolução. Por isso, nós queremos legislar já», afirmou Bernardino Soares.

Com os sentidos de voto dos principais partidos ainda por esclarecer, coube a Paulo Portas traçar cenários e lembrar que os portugueses votaram «em maioria» pela suspensão do actual modelo de avaliação do desempenho.

«É esse retrato eleitoral fiel que amanhã se deve firmar neste Parlamento. Veremos se amanhã o PSD se comprometeu [com o PS] a inviabilizar os projectos dos outros partidos. Não é preciso um acordo com o PS para que acabe a divisão da carreira, só é preciso que os projectos do CDS, PSD, PCP e BE sejam aprovados», sublinhou.

Já o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, garantiu que os socialistas serão sempre «inflexíveis» com posições destrutivas, mas terão abertura a projectos construtivos, como o do PSD. «Alguns partidos da oposição não querem dar contributo útil, só querem ajustar contas com o passado», disse, dirigindo-se ao PCP e ao BE.

Aguiar Branco, por sua vez, contra-argumentou: «O nosso acordo não é com o PS, é com os alunos, os pais e os professores.»

Na véspera da votação destes diplomas, adivinha-se a não suspensão do actual modelo de avaliação, pelo que Ana Drago espetou o último alfinete no PSD. «Parece que, pela segunda vez, esta Assembleia não vai aprovar a suspensão por falta de comparência do PSD», referiu a bloquista.

Governo só se compromete a «ponderar»

Em representação do Executivo de José Sócrates, o ministro dos Assuntos Parlamentares revelou que o Governo só se compromete a «ponderar» e «reflectir» sobre o projecto de resolução do PSD.

«É o que está cá escrito e é em relação a isso que iremos ponderar. Eu disse ponderar e reflectir, também não disse mais do que isso», disse.

Jorge Lacão admitiu uma «coincidência de propósitos» entre PS e PSD e foi bastante duro com os restantes partido.
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