PSD exige ao Governo recolha "imediata" das golas inflamáveis - TVI

PSD exige ao Governo recolha "imediata" das golas inflamáveis

  • CM
  • 26 jul 2019, 16:10

CDS quer saber por que motivo o fornecimento dos kits de autoproteção e das golas antifumo "foi adjudicado, por ajuste direto", a uma empresa que "se dedica a atividades no setor de organização de atividades de animação turística, e foi constituída há cerca de dois anos"

O PSD acusou hoje o ministro da Administração Interna de atuar como “um ministro da propaganda” e exigiu ao Governo que mande “de imediato” recolher as golas em material inflamável que foram distribuídos às populações.

A reação do Governo é tão inacreditável como a situação em si. O senhor ministro culpa os autarcas por fazerem o seu trabalho, fica incomodado com perguntas dos jornalistas, quando a irresponsabilidade do que aconteceu é entregar material inflamável a pessoas supostamente para as proteger”, criticou o deputado do PSD Duarte Marques, em declarações à Lusa.

O deputado social-democrata eleito por Santarém sublinha que “o Governo gastou quase 200 mil euros numa manobra de marketing”, defendendo que esse dinheiro seria “muito melhor aplicado” dando meios aos bombeiros, que ainda têm verbas em atraso para receber.

Temos um ministro da propaganda, que devia ser ministro da Administração Interna, que é um perigo para os portugueses, porque este material é altamente inflamável, não pode ser usado pelas pessoas no fogo”, reforçou.

Por isso, o PSD exige que “de imediato” o Governo esclareça se já mandou recolher estes lenços em material inflamável e que garanta que “não voltarão a ser usados”, considerando que “são um perigo para as pessoas”.

Se foi uma manobra de marketing ou merchandising, foi uma manobra muito infeliz e muito irresponsável”, acusou.

Para o PSD, acrescentou, “mais do que acusar ou responsabilizar, a primeira prioridade é garantir que este material é recolhido pelo Governo”.

O senhor ministro da Administração Interna, que devia ser o principal responsável pela segurança das pessoas, anda literalmente a brincar com o fogo e isso não é admissível em Portugal”, disse.

Questionado sobre os factos hoje revelados pelo JN, o ministro Eduardo Cabrita respondeu que a notícia é "verdadeiramente irresponsável e alarmista", considerando que revela "desconhecimento de questões técnicas que a Autoridade Nacional de Proteção Civil já esclareceu".

O ministro sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) veio entretanto esclarecer que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas práticas.

CDS questiona MAI sobre kits

O grupo parlamentar do CDS-PP questionou hoje o Ministério da Administração Interna relativamente ao kits, querendo saber quando serão substituídos.

A pergunta é assinada pelos deputados Nuno Magalhães, Telmo Correia e Vânia Dias da Silva,que querem saber se os equipamentos em causa se "destinam a merchandising ou à proteção das populações em caso de incêndio", bem como "que medidas tem o Governo previstas para substituir estes equipamentos" e em que "prazo se processarão essas substituições".

Na questão colocada ao Ministério da Administração Interna, o CDS-PP pretende saber também "quantas aldeias e quantos particulares são abrangidos por estes programas" e "qual a razão pela qual estes fornecimentos foram adjudicados a uma empresa com um objeto social que nada tinha a ver com o fornecimento em causa".

Os centristas notam que "os fornecimentos dos kits de autoproteção e das golas antifumo foram adjudicados, por ajuste direto, à firma FOXTROT AVENTURA, Unipessoal, Lda., que se dedica a atividades no setor de organização de atividades de animação turística, e foi constituída há cerca de dois anos".

Uma vez que "o responsável da adjudicatária explicou que forneceu material que se destinava a ser utilizado no merchandising da ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil)", o CDS-PP considera que isto "muito provavelmente poderá explicar o facto de não poder ser utilizado no fim a que o Governo o destinou, colocando assim em risco a segurança e a integridade física de quem os irá usar".

Para além disso, fica por explicar a razão pela qual a ANEPC adjudicou o fornecimento destes equipamentos - fossem eles destinados a merchandising ou fossem destinados mesmo a garantir a segurança das populações em caso de incêndio - a uma empresa que se dedica à organização de atividades de animação turística", rematam.

 

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