Duas manifestações opostas à porta da AR no dia da votação - TVI

Duas manifestações opostas à porta da AR no dia da votação

Concentração da CGTP, que inclui o protesto dos estivadores, é de apoio à demissão do Governo, enquanto a outra, encabeçada pelo líder do CDS de Monforte, é de apoio ao executivo

A PSP vai criar em frente à Assembleia da República um corredor de segurança e atribuir locais separados paras as duas manifestações programadas para esta tarde.

O Comando Metropolitano da PSP de Lisboa explicou, em conferência de imprensa, que a Polícia vai utilizar um “procedimento diferente” do habitual ao criar “uma zona de segurança”.

O superintendente Jorge Maurício adiantou que o objetivo é que de um lado fiquem os estivadores e os elementos da central sindical CGTP e do outro o grupo de cidadãos a favor do governo PSD-CDS/PP.

“Como as manifestações agendadas defendem ideias diferentes e para garantir o pleno exercício de direito de manifestação, a PSP estabeleceu uma zona de segurança em frente à Assembleia da República de modo a atribuir locais distintos e separados para a concentração das manifestações evitando os constrangimentos necessários”, explicou o comandante do COMETLIS.

A votação do programa do Governo vai ser acompanhada, em S. Bento, por duas manifestações antagónicas: uma da CGTP, que quer uma viragem à esquerda e a queda do Governo, e outra de apoio ao executivo.

A CGTP-IN promove uma concentração nacional de ativistas e dirigentes sindicais ao início da tarde em frente à Assembleia da República (AR) para assinalar "a rejeição do programa do Governo do PSD/CDS e, consequentemente, a sua demissão".

"Queremos dar força ao que se vai passar na AR, a rejeição do programa do Governo, seguindo o caminho para a queda do Governo e reafirmar a importância de mudar de políticas", disse à agência Lusa Armando Farias, da comissão executiva da Intersindical.

Com o objetivo contrário vão estar também em São Bento apoiantes do Governo, provenientes principalmente do alto Alentejo.

A ideia desta concentração, que começa duas horas antes da CGTP, foi lançada nas redes sociais pelo líder do CDS de Monforte, Mário Gonçalves, sob o lema "Não a uma moção de rejeição".

Tiago Abreu, líder da distrital do CDS de Portalegre, disse à Lusa que se trata de "uma manifestação pacífica, que não tem nada a ver com o partido, e que está a ter uma adesão inesperada no Facebook".

"Muitos ou poucos lá estaremos, mas a expectativa é de que apareça muita gente do Alentejo pois as pessoas mais velhas têm muito presente o que se passou no PREC e não querem que se repita", afirmou o dirigente centrista.

Os promotores de ambas as concentrações procederam de acordo com a lei e informaram a autarquia lisboeta das concentrações junto ao parlamento, resta saber como é que a polícia, que acompanha sempre as ações de protesto, irá distribuir o espaço dado que as duas organizações pretendem ficar frente à escadaria do Palácio de São Bento.

"Estamos programados para ficar frente à escadaria da Assembleia e esperamos que assim seja, até porque contamos com a participação de 10 mil a 15 mil pessoas", disse João Torrado da União dos Sindicatos de Lisboa da CGTP, que há várias décadas trata da organização dos protestos na capital.

Os dirigentes e ativistas sindicais do norte e centro do país vão diretamente para S. Bento, mas os dos distritos de Setúbal, do Alentejo e Algarve concentram-se antes em Santos, seguindo para a Assembleia da República, com o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.

O protesto decorre até ao final da votação parlamentar.

Os dirigentes e ativistas sindicais vão aproveitar a oportunidade para reafirmar as reivindicações da CGTP-IN, nomeadamente o aumento dos salários e pensões, o emprego e o combate à precariedade, os direitos e a defesa da contratação coletiva, as Funções Sociais do Estado e da defesa dos serviços públicos e do Sector Empresarial do Estado.

O Sindicato dos Estivadores, que tem uma greve marcada para dia 14, também participa na concentração da CGTP.
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