Costa: é bom ver agora "todos quererem ter o seu Centeno" - TVI

Costa: é bom ver agora "todos quererem ter o seu Centeno"

  • Sofia Santana
  • atualizada às 23:57
  • 24 set 2019, 23:28

O comício de arranque da campanha do PS rumo às eleições legislativas ocorreu esta terça-feira, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Centeno, "uma mistura de CR7 e Messi", foi o centro dos elogios, mas também autor de uma das intervenções da noite, na qual apontou baterias ao PSD

António Costa diz que é bom ver que agora “todos querem ter o seu Centeno”. No comício de arranque da campanha, esta terça-feira, em Lisboa, o secretário-geral socialista afirmou que “há quatro anos, muita gente olhou” para o ministro das Finanças “com enorme desconfiança”.

Há quatro anos, quando [Mário Centeno] apareceu a coordenar o nosso grupo de economistas muita gente olhou para ele com enorme desconfiança. Que bom que é ver que, quatro anos depois, todos querem ter o seu Centeno. Já há quatro anos devíamos ter desconfiado, afinal quem desdenha quem comprar”, vincou.

O líder socialista prosseguiu nos elogios ao ministro das Finanças, afirmando que, apesar de o governante ser considerado o Cristiano Ronaldo das Finanças, “o seu passe não está à venda”.

Já antes, Eduardo Ferro Rodrigues tinha afirmado que Centeno é uma mistura de CR7 com Messi: "O ministro é uma mistura de CR7 com Messi. Tem marcado muitos golos e tem dado muito jogo para outros marcarem”.

Centeno foi o centro de todos os elogios no comício que ocorreu, esta noite, no Pavilhão Carlos Lopes. Mas o "craque" do Governo também subiu ao palco para tomar a palavra, apontando baterias ao PSD. 

Outros querem vestir o fato que desenhámos e preparámos como se, com o nosso fato, todos parecessem homenzinhos”, atirou.

O também candidato a deputado por Lisboa continuou ao ataque: o problema, disse, é que "não sabem vestir esse fato” porque “as contas não batem certo com as palavras”. "Falham as contas, prometem o que não têm para dar e gastam os excedentes que ainda não geraram. As contas não batem certo com as palavras e das duas uma: ou não sabem fazer contas ou não falam a verdade.”

Mais, Centeno reiterou que o PSD apresenta-se às eleições legislativas com "uma fábula", “uma nova temporada de uma série já conhecida, chamada choque fiscal” e que é de “má memória para os portugueses”.

O país não precisa de quem promete o que sabe que não pode dar. O país não precisa de voltar às derrapagens a que o Dr. Rui Rio e a Dra. Maria Ferreira Leite o levaram”, frisou.

O ministro das Finanças puxou dos galões para destacar que, hoje, Portugal é "campeão do crescimento" e lidera na Europa "a consolidação das contas públicas, o emprego, e agora também o Eurogrupo".

Ferro critica "excessos e agressividade"

Eduardo Ferro Rodirgues reconheceu que a "geringonça" correu bem, mas criticou excessos e agressividade nesta campanha.

"Esta campanha eleitoral acontece num quadro novo e diferente, é normal a demarcação entre partidos. O que já não acho tão normal é os excessos e a agressividade", frisou.

Em Lisboa, Costa aproveitou a sua intervenção para destacar o problema da habitação, "que atinge toda a classe média, muitos idosos e as novas gerações".

Temos de responder à classe media e às novas gerações, já sabemos que o congelamento das rendas leva à degradação nos centros das cidades, (…) a liberalização das rendas torna a especulação mais convidativa, o endividamento para a vida penaliza a mobilidade e é um compromisso muito pesado para as famílias. (…) Fazer diferente é mobilizar a capacidade publica e a oferta privada para oferecer arrendamento acessível para todos."

E nesta área propôs uma meta: "Chegar ao dia 25 de abril de 2024, o dia em que celebraremos 50 anos de Liberdade, garantindo habitação às 25.000 famílias que não tem habitação condigna".

O tema da habitação também foi abordado por Fernando Medina, o primeiro a discursar neste comício que reuniu algumas centenas de apoiantes. O presidente da Câmara de Lisboa disse que fica com "uma dor de alma" quando ouve Assunção Cristas “dizer que tem orgulho na lei das rendas”.

O autarca socialista afirmou que só o PS é "capaz de resolver" esta “crise da habitação” que “afeta Lisboa e Porto”, acusando o PSD e CDS de apresentarem uma “ladainha liberal” e de, mais à esquerda, quererem “regulamentar” e “tabelar tudo”.

Esta noite, Costa deixou uma garantia aos pensionistas - "pela primeira vez pelo terceiro ano consecutivo os pensionistas vão ter direito a um aumento das pensões superior à taxa de inflação" e uma palavra de destaque aos jovens, para que estes "nunca mais pensem que é lá fora o seu futuro".

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