Elogios de Gama a Jardim foram «institucionais» - TVI

Elogios de Gama a Jardim foram «institucionais»

  • Portugal Diário
  • JRS
  • 31 mar 2008, 17:54
Jaime Gama

José Lello defende que elogios «pretenderam sublinhar apenas obra física» de Jardim

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O dirigente socialista José Lello defendeu esta segunda-feira que os elogios de Jaime Gama a Alberto João Jardim foram apenas feitos no plano institucional, enquanto presidente do Parlamento, mas admite que criaram uma situação complexa no PS.

«Esses elogios criaram uma situação complexa, porque o dr. Jaime Gama falou com grande distanciamento face à querela partidária e o PS/Madeira reagiu, naturalmente, na lógica da querela partidária», declarou à agência Lusa José Lello, membro do Secretariado Nacional dos socialistas.

Sexta-feira passada, na abertura do Congresso nacional da ANAFRE, Jaime Gama considerou Alberto João Jardim «um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo».

«A Madeira é bem o exemplo, com democracia, com autonomia, com a integração europeia de um vasto e notável progresso no país», declarou.

Na sequência destas declarações do presidente da Assembleia da República, a Comissão Regional do PS/Madeira aprovou por unanimidade um voto de protesto.

«O camarada Jaime Gama ofendeu todos os cidadãos deste país, particularmente aqueles que, na Região Autónoma da Madeira, têm sido severamente prejudicados, no seu corpo e na sua alma, pelo exercício autocrático do poder regional vigente, já lá vão trinta anos», lê-se no voto de protesto dos socialistas madeirenses.

Direcção do PS critica política de Jardim

Em declarações à agência Lusa, José Lello frisou que a direcção do PS «critica a política seguida por Alberto João Jardim, até do ponto de vista da qualidade da democracia».

No entanto, o membro do Secretariado Nacional do PS afirmou-se convicto que os elogios de Jaime Gama ao presidente do Governo Regional da Madeira «pretenderam sublinhar apenas a obra física» realizada nas últimas décadas.

«É preciso lembrar que, no plano partidário, Jaime Gama foi talvez o político que ataques mais duros fez em relação a Alberto João Jardim», acrescentou o secretário nacional do PS.

No início da década de 1990, quando exercia as funções de presidente do Grupo Parlamentar do PS, Jaime Gama apontou a existência de um alegado «défice democrático» na Madeira e chegou ao ponto de comparar Alberto João Jardim a Bokassa, ditador da República Centro Africana entre 1966 e 1979.

Já Ricardo Rodrigues, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e deputado eleito pelos Açores, recusou-se a prestar declarações sobre este diferendo entre Jaime Gama e o PS/Madeira.

«Não faço comentários sobre declarações proferidas pelo meu camarada Jaime Gama», disse.
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