«Gostaríamos de ter mais um boletim de voto nas próximas eleições» - TVI

«Gostaríamos de ter mais um boletim de voto nas próximas eleições»

António José Seguro considera que os portugueses querem escolher um novo Governo

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O secretário-geral do PS afirmou que a maioria dos portugueses gostaria de ter nas eleições de 29 de setembro mais um boletim de voto para escolher um novo Governo, considerando que este executivo não tem soluções.

António José Seguro falava no encerramento da Convenção Nacional Autárquica do PS, que foi antecedido pela exibição de um filme com a história deste partido e em que o aparecimento da imagem de José Sócrates motivou uma forte ovação na plateia.

«Com esta história e com os líderes do PS que tivemos, como poderíamos ter vergonha do nosso símbolo?», declarou o secretário-geral do PS, numa alusão ao filme que tinha sido exibido no Coliseu dos Recreios e também ao facto de candidatos autárquicos sociais-democratas não colocarem o símbolo do PSD nos seus cartazes.

«Dentro de três meses vamos ter eleições. Todos nós, assim como a maioria dos portugueses, gostaríamos de ter no dia 29 de setembro mais um boletim de voto. Só mais um para escolher um novo parlamento e um novo Governo para Portugal», disse António José Seguro, recebendo uma prolongada salva de palmas.

António José Seguro considerou que o Governo «falhou», porque «aprofundou a crise, somou problemas aos problemas há existentes e, pior do que tudo, não sabe como tirar o país da crise».

«Este Governo não tem soluções e já não tem força anímica», acrescentou o secretário-geral do PS.

Na sua intervenção, o líder socialista elogiou a ação dos autarcas do PS que completaram três mandatos consecutivos e que pelas regras internas deste partido não podem recandidatar-se em setembro próximo.

«Aqui no PS não se recandidatam. Não saem por uma porta e entram por outra no concelho vizinho. Aqui no PS não candidatamos nenhum presidente de câmara que tenha completado três mandatos no mesmo concelho. Podemos perder três, quatro ou cinco câmaras, mas damos um contributo para a qualidade da democracia e para a renovação dos cargos públicos no país», sustentou o líder socialista.

O secretário-geral do PS afirmou que um futuro Governo socialista revogará a lei de reorganização de freguesias e a lei de compromissos, procedendo à revisão da lei de finanças locais para reforçar as competências das autarquias.

«Discordo da lei de reorganização administrativa das freguesias e vou mudar a lei», disse, recebendo uma prolongada ovação dos autarcas socialistas na plateia.

Seguro sustentou que uma coisa «era reorganizar as freguesias com critérios e com coerência, promovendo proximidade e melhoria de eficiência dos serviços», mas outra completamente diferente «é cortar a eito».

Ainda de acordo com o secretário-geral do PS, a lei de compromissos cria «condicionalismos disparatados a quem tem dinheiro, quer fazer e não pode».

Seguro propôs também uma nova lei de finanças locais com «uma nova descentralização de competências, em particular nas áreas da educação e da ação social».

Seguro apelou a todos os candidatos socialistas para que não façam promessas que não sabem se podem cumprir.

Em primeiro lugar, o líder socialista defendeu «uma nova forma de fazer política» e frisou que terá de haver «rigor e parcimónia» nas despesas de campanha.

«Os recursos públicos a afetar serão [usados] com rigor e parcimónia, porque essa é uma exigência de reconciliação entre a política e os portugueses», apontou.

A seguir, António José Seguro falou em outro princípios de ordem ético moral que disse pretender ser cumprida em todas as campanhas «do início até ao fim».

«Não prometam nada que não tenham a certeza que possam cumprir estiverem a exercer o vosso mandato, porque a política não está na moda e há muita gente desiludida, desencantada - e há infelizmente muitas razões que esses portugueses têm. Temos a obrigação de não contribuir para essa desilusão e temos a obrigação maior de reconciliá-los com a atividade pública e política», acentuou o líder socialista.
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