Manuel Valls e António Costa: «Somos amigos e socialistas» - TVI

Manuel Valls e António Costa: «Somos amigos e socialistas»

Manuel Valls e António Costa - EPA/MARIO CRUZ

Líder do PS e primeiro-ministro francês tomaram pequeno-almoço juntos

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O secretário-geral do PS criticou hoje as soluções políticas nacionais unilaterais de confronto com as instituições europeias, contrapondo que uma alternativa à austeridade só é possível em diálogo e com a construção de uma rede de alianças.

«Somos amigos e socialistas», declarou com sotaque português o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, conotado com a ala liberal do centro-esquerda, no final de um pequeno-almoço de trabalho com António Costa, na Embaixada de França em Portugal, encontro que durou cerca de 40 minutos.

Perante os jornalistas, o líder dos socialistas portugueses salientou a sua preocupação «com a necessidade de a União Europeia reforçar a sua coesão, relançando-se um novo impulso para a convergência».

«Naturalmente, somos amigos, os dois socialistas e da mesma família política social-democrata europeia», disse por sua vez António Costa.

Para o líder do PS, na atual conjuntura, «é importante que haja um diálogo à escala europeia».

«Como se tem visto, não é possível construir soluções nacionais de forma unilateral, nem em conflito com a Europa e com as instituições europeias», advertiu, numa referência indireta crítica ao executivo de Atenas.

Pelo contrário, segundo o secretário-geral do PS, «é preciso construir uma rede de alianças de solidariedades que permitam ao país avançar».

E nesse sentido «é decisivo reforçar no Conselho [Europeu] a presença de governos que apostem na mudança e no crescimento, na convergência e no fim da austeridade», declarou António Costa.

António Costa lembrou também que se vai assinalar em breve os 30 anos da adesão de Portugal à Comunidade Económica e Europeia (CEE), ponto em que defendeu que os primeiros 15 anos de integração europeia do país foram «de grande sucesso», com um crescimento económico entre 3,7 e 4,8 por cento entre 1996 e 2001.

«Temos de ultrapassar a trajetória de divergência dos últimos anos, de aumento de endividamento, e temos de devolver a confiança aos portugueses no sentido de que é na Europa que o país pode crescer e aproximar-se dos melhores níveis dos Estados-membros mais desenvolvidos. Essa tem de ser a nossa ambição coletiva, através de um diálogo com os nossos parceiros europeus para encontrar alternativas que permitam travar a política de austeridade e retomar uma trajetória de convergência», advogou o líder do PS.

Interrogado sobre as relações entre França e Portugal, António Costa disse esperar que as relações «continuem excelentes, independentemente dos governos» dos dois países.

No encontro com o primeiro-ministro francês, António Costa esteve acompanhado pelo ex-secretário de Estado e ex-deputado socialista Pedro Marques.
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