"Não jogamos para o empate, jogamos para ganhar" - TVI

"Não jogamos para o empate, jogamos para ganhar"

  • Redação
  • SS - atualizada às 00:57
  • 6 set 2015, 19:19

António Costa apelou ao voto no PS e dramatizou, dizendo que a 4 de outubro em cima da mesa estão “decisões graves”

O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, garantiu este domingo que o PS “não está a jogar para o empate” e acusou a coligação PSD/CDS-PP de querer avançar com um “novo corte de 600 milhões de euros nas pensões”.

António Costa passou esta tarde pela festa de verão do PS do distrito de Vila Real, que decorreu na zona da barragem da Falperra, em Vila Pouca de Aguiar. A falar para centenas de militantes e apoiantes socialistas, o líder do partido começou por garantir que o PS não está a jogar para o empate.

“Há os que se podem entusiasmar pelos comentadores e jogar para o empate, mas nós, no PS, o que nos entusiasma não são os comentadores, mas são os eleitores. Não jogamos para o empate, jogamos para ganhar.”


E, no dia 4 de outubro a escolha, segundo Costa, tem a “ver com o dia-a-dia de cada português” porque, na sua opinião, “aquilo que a direita diz que vai fazer é muito claro” e tem como "novidade um novo corte de 600 milhões nas pensões dos reformados”.

O secretário-geral acusou ainda Pedro Passos de Coelho de ter feito no Governo tudo ao contrário do que prometeu na anterior campanha eleitoral.

“Chamo a atenção só para um exemplo muito em particular: na anterior campanha, ele jurou que não cortaria as pensões e cortou-as. Desta vez já se atreve a dizer que vai cortar 600 milhões de euros nas pensões. Imaginem, por isso, o que é que faria se fosse voltasse a ganhar as próximas eleições”, afirmou.

E depois de “terem privatizado as empresas públicas”, o líder do PS disse que o PSD e o CDS-PP têm, agora, um novo objetivo que é “atacarem o sistema público de pensões, privatizando parte da receita das pensões para financiar fundos de pensões privados”.

“A coligação de direita vem agora dizer que a melhor forma de garantir a Segurança Social para todos é permitir aqueles que mais ganham possam deixar de financiar as pensões, que são necessárias para todos, e utilizar esse dinheiro para financiar fundos privados.”


Para Costa, “é preciso ser muito claro e não deixar dúvidas de que aquilo que a direita propõe é uma enorme aventura para as pensões de todos”.

Porque, acrescentou, se esta medida abranger todos aqueles que ganham, por exemplo, mais de 2.000 euros por mês, está a abranger 8% dos contribuintes, mas a receita significa 17% da totalidade da receita da Segurança Social.

Da receita que disse ser necessária para financiar as pensões mínimas de quem nunca fez descontos, para financiar as pensões daqueles que tiveram poucos anos de descontos, para financiar o rendimento social de inserção, o complemento solidário para idosos, o abono de família ou o subsídio de desemprego.

“Mas esta é também uma aventura para os próprios porque esta ideia de, em vez de confiar o dinheiro à Segurança Social, o entregar aos fundos privados para serem jogados na especulação financeira é uma enorme ameaça para as poupanças de cada um."


António Costa referiu que o “dinheiro depositado na Segurança Social é dinheiro seguro" e que o "dinheiro confiado aos fundos privados é dinheiro sujeito ao jogo da especulação", que está "sujeito ao risco dos mesmos que acreditaram neste Governo quando lhes disse que podiam investir no BES e agora têm a porta fechada na cara porque as suas poupanças colapsaram e estão em risco”.

O líder socialista acusou ainda a coligação de direita de querer desmembrar o Serviço Nacional de Saúde e ameaçar a escola pública.

Costa apelou à mobilização e ao voto no PS e dramatizou dizendo que a 4 de outubro em cima da mesa estão “decisões graves” e que “só há um voto seguro e de confiança” para “derrotar este aventureirismo”.

“Nós não pedimos um cheque em branco, temos um compromisso escrito e um compromisso de contas feitas.”


Costa volta a reiterar promessas


António Costa voltou este domingo a reiterar algumas das promessas que já fez caso o PS vença as próximas eleições. O secretário-geral socialista prometeu repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos em 2016 e 2017, garantindo também para a classe a reposição imediata das 35 horas de trabalho semanais, caso seja eleito.

"Os nossos compromissos são feitos na medida daquilo que sabemos serem as nossas capacidades. Por isso, dizemos: vamos repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos."


Na sua intervenção num jantar comício, que decorreu em Mangualde, no distrito de Viseu, António Costa esclareceu que a reposição na íntegra dos vencimentos dos funcionários públicos não será feita de imediato.

"Vamos fazê-lo em 2016 e 2017, porque só então o poderemos fazer. O nosso compromisso é com conta, peso e medida para poder ser cumprido", acrescentou.

O líder socialista deixou também a promessa de repor, de imediato, aos funcionários públicos o horário das 35 horas semanais.

"Nós dizemos sim, nós reporemos de imediato o horário das 35 horas porque também fizemos as contas e sabemos que podemos repor de imediato as 35 horas na função pública."


Ao longo do seu discurso, António Costa defendeu que para se fazer política "é necessário ter as contas certas".

"Este programa do PS não é só um programa de compromissos escritos: é também um programa de contas certas. Cada uma destas medidas foi avaliada no seu custo e no seu benefício", realçou.

No seu entender, não vale a pena prometer agora o que não forem capazes de cumprir caso venham a ser eleitos.

"Quem confiou no atual primeiro-ministro e o ouviu prometer que não aumentava os impostos que aumentou, que não cortava as pensões que cortou, como pode voltar a confiar nele nas próximas eleições?", concluiu.
 

Fazer no país o que um presidente de câmara faz no concelho


Costa prometeu ainda fazer no país o que um presidente de câmara faz no seu concelho, garantindo proximidade e solidariedade às populações.

"Serei o primeiro primeiro-ministro que será no país aquilo que cada presidente de câmara é em cada um dos seus concelhos: um primeiro-ministro próximo e solidário para as suas populações."


Sublinhou que não é por ter deixado de ser presidente de câmara que esqueceu tudo o que aprendeu enquanto exerceu essas funções.

"Quero não só que confiem em mim para estas eleições, como quero que continuem a confiar em mim nas eleições seguintes", acrescentou.

O líder socialista recordou que ganhou três mandatos para a Câmara de Lisboa, conseguindo sempre aumentar o número de votos de eleições pata eleições.

"Sabem qual é a razão pela qual em cada eleição tive sempre mais votos que na eleição anterior? É porque em cada mandato fiz sempre mais do que tinha prometido nas eleições anteriores e fui aumentando a confiança", sublinhou.

Ao longo do seu discurso, António Costa acusou ainda a coligação de direita de esconder aquilo que quer fazer quanto ao futuro.

"Passaram meses a perguntar pelo nosso programa e nosso programa está aqui, mas onde está o programa deles? Apresentamos as contas do nosso programa, mas onde estão as contas do programa deles?"


O secretário-geral do PS aludiu ainda ao grande objetivo da coligação para a legislatura, que passava "pôr a economia a crescer e diminuir a dívida".

"Chegamos ao fim da legislatura e a economia recuou e a dívida aumentou. Já percebemos que o forte deles não são as contas e, por isso, não querem apresentar contas!", sustentou.

António Costa apontou ainda que a coligação de direita veio dar "palpites sobre as contas do PS, onde demonstram bem que nem se entendem sobre as contas".

"Um diz que uma medida custa 9 mil milhões, outro 6 mil milhões e outro 14 mil milhões. Para eles é tudo a mesma coisa: as contas não contam nada porque não são capazes, não foram capazes e não serão capazes de ser gente de contas certas", concluiu.
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