Pedro Marques: PCP e BE devem "esclarecer se estão na coligação dos europeístas ou se estão fora" - TVI

Pedro Marques: PCP e BE devem "esclarecer se estão na coligação dos europeístas ou se estão fora"

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  • 23 mai 2019, 13:38
Campanha para as eleições europeias

Cabeça de lista europeu socialista diz que é altura de "esclarecer os portugueses"

O cabeça de lista europeu socialista justificou hoje as recentes críticas ao PCP e Bloco de Esquerda pela importância de estes partidos esclarecerem se entendem que Portugal deve estar ou não com "os dois pés" na Europa.

Pedro Marques falava aos jornalistas no final de uma arruada em Gondomar, depois de questionado sobre as razões que levam o PS a atacar politicamente o Bloco de Esquerda e o PCP na reta final desta campanha eleitoral.

O "número um" da lista do PS ao Parlamento Europeu negou que tal linha estratégica se deva a objetivos de maioria absoluta, ou a qualquer tentativa de forçar o voto útil à esquerda.

"O que tenho procurado fazer é esclarecer o que está no programa do Partido Popular Europeu (PPE), que é representado em Portugal pelo PSD e CDS-PP, já que é securitário e nada fala sobre a reforma da zona euro ou sobre direitos sociais. Mas também considero que é razoável e legítimo, numa altura em que se disputam eleições europeias, saber se esses partidos [PCP e BE] estão entre os europeístas, ou se, de facto, estão com um ou dois pés fora da Europa", argumentou.

Perante os jornalistas, o cabeça de lista do PS referiu depois que, "se houve matérias em que nesta governação se concordou em discordar" com os parceiros de esquerda, foi precisamente em assuntos europeus.

O PCP e o Bloco de Esquerda, segundo Pedro Marques, devem "esclarecer se estão na coligação dos europeístas, ou, pelo contrário, se estão fora".

"Estamos na altura de esclarecer os portugueses", alegou, antes de aludir às críticas que o PS tem sido alvo por parte da cabeça de lista do Bloco de Esquerda, Marisa Matias.

"Para mais, na cabeça de alguns, parece haver dúvidas sobre a importância dessa coligação de europeístas, em particular o Bloco de Esquerda. O primeiro-ministro, António Costa, tem sido um protagonista desse esforço contra a extrema-direita, contra os nacionalismos e contra a Europa dos cortes e das sanções. Queremos saber onde estão os partidos à nossa esquerda", insistiu.

Eleições não estão ganhas

O candidato socialista europeu Pedro Marques disse que o PS tem "a felicidade" de estar à frente nas sondagens, mas insistiu na necessidade de votar, porque isso não significa que as eleições estejam ganhas.

"De facto, temos a felicidade de todas as sondagens nos darem uma vantagem clara, mas também uma grande preocupação. É que isso não pode significar que as pessoas pensem que as eleições estão ganhas", declarou aos jornalistas.

Aos jornalistas, Pedro Marques insistiu na ideia de que "não há votos fúteis" e de que todos os votos são "muito importantes", sublinhando que, caso se confirmem as sondagens, o PS terá "mais condições" para "continuar a construir uma Europa melhor".

O cabeça de lista do PS frisou que vai continuar a lutar e a dizer às pessoas que "não há nenhuma sondagem que conta sem ser a de domingo", dia 26 de maio.

O candidato criticou aproveitou ainda para criticar o facto de Rui Rio ter lamentando a cobertura da Imprensa na campanha eleitoral, depois de o líder do PSD ter-se mostrado "chocado" por uma estação de televisão dizer que o PS vai ganhar as eleições, com base em sondagens.

"A pior coisa que se pode fazer é estar perante os resultados, sejam eles bons, sejam eles maus, nestas sondagens, estar a valorizá-los , por um lado, em excesso, outra coisa é estar a fazer ataques à comunicação social ou à maneira como reportam o que quer que seja sobre a campanha", referiu.

Na comitiva que percorreu o centro de Gondomar ia também Manuel Pizarro, líder da federação do Porto do PS, vereador na Câmara do Porto e "número nove da lista.

À frente do grupo seguiam dois cabeçudos, que, ao som de bombos, e das palavras de ordem da Juventude Socialista, iam chamando a atenção de quem passava na rua.

"O PS é o maior! Vamos ser campeões como o Benfica!", exclamava uma senhora na paragem do autocarro, depois de outra ter reconhecido Pedro Marques como "o moreno simpático".

Entre apelos ao voto, que não se faz "nas sondagens", Marques, Pizarro e Isabel Santos distribuíram cumprimentos, panfletos, blocos, lápis e até chapéus vermelhos.

“Secreta esperança” na permanência do Reino Unido

O cabeça de lista europeu socialista afirmou ainda ter "uma secreta esperança" de que seja possível a permanência do Reino Unido na União Europeia, mas também advertiu que, num cenário de 'Brexit', a Europa não pode fechar-se.

Pedro Marques falava a meio da arruada em Gondomar, depois de confrontado pelos jornalistas sobre a decisão do Governo britânico de adiar a publicação da nova proposta de lei para o 'Brexit', inicialmente prevista para sexta-feira, para que fosse votada na semana que se inicia em 03 de junho.

A proposta define os termos da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e a primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou que é "a última oportunidade" de garantir uma saída ordenada.

Perante os jornalistas, o cabeça de lista europeu do PS afirmou esperar que os britânicos "possam estabilizar uma solução tão rápido quanto possível".

A própria realização de eleições europeias no Reino Unido é também mais um passo nesta situação de indefinição. Tenho uma secreta esperança que o Reino Unido, no fim das contas, acabe por permanecer na União Europeia", declarou.

Porém, segundo Pedro Marques, caso o 'Brexit' se concretize, "então que haja uma saída com acordo".

É preciso evitar que haja uma saída descontrolada. Se for essa a escolha, espero que os britânicos preparem essa saída com acordo, tendo em vista defender o próprio Reino Unido, a Europa e Portugal", alegou.

Pedro Marques insistiu na importância de uma saída ordenada, sobretudo para os interesses nacionais.

É preciso defender os portugueses que estão no Reino Unido e as nossas relações comerciais com este país. Espero, igualmente, que a Europa também retire lições desta situação e não se volte para dentro, continuando a assumir a sua vocação atlântica", acrescentou.

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