Seguro pede a socialistas para honrarem o memorando - TVI

Seguro pede a socialistas para honrarem o memorando

António José Seguro

Alguns deputados sugeriram o voto contra a revisão do Código de Trabalho, mas o líder já deu a entender a sua posição

O secretário-geral do PS afirmou esta quinta-feira, perante a Comissão Política, que a prioridade da sua ação política é honrar os compromissos assumidos pelos socialistas, incluindo os que constam no memorando assinado por Portugal com a troika.

«Honrar a nossa palavra é condição para merecermos a confiança dos portugueses», defendeu António José Seguro, citado por um dos presentes na reunião à Lusa, na sua intervenção de abertura do ponto da Comissão Política Nacional dedicado à análise da situação do país.

Segundo a mesma fonte, o líder socialista frisou que a sua orientação política passa por «continuar a linha de responsabilidade no exercício de uma oposição construtiva, honrando os compromissos assumidos, incluindo os que constam no memorando».

Na reunião do Grupo Parlamentar do PS, esta manhã, esteve em debate a posição dos socialistas perante a proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, matéria que consta do memorando.

A direção da bancada do PS propôs que a proposta do Governo seja viabilizada na generalidade, mas vários deputados socialistas sugeriram o voto contra.

Na sua intervenção perante a Comissão Política Nacional do PS, Seguro voltou a defender que a prioridade estratégica dos socialistas deve ser apostar na criação de emprego e no crescimento económico, em contraponto à atual política de austeridade seguida pelo Governo.

Nesse contexto, o secretário-geral do PS reafirmou que «há outro caminho para Portugal sair da crise e manifestou preocupação com o elevado nível de desemprego e a queda da economia».

António José Seguro manteve também as suas críticas à forma como o Governo atuou no que respeita à reforma do Poder Local, sustentando que os socialistas apresentaram uma proposta alternativa em julho passado.

A Comissão Política do PS aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, a proposta da direção do partido para realizar a 15 e 16 de junho a eleição dos presidentes de federações e dos delegados a estes congressos distritais.

Fonte da direção dos socialistas referiu que o regulamento dos próximos congressos das federações terá a novidade de impor que a eleição dos presidentes e dos delegados se realizem no mesmo dia.

Desta forma, o ato eleitoral terá de ocorrer ou a 15 ou a 16 de junho, evitando-se, tal como acontecia até aqui, que a votação se prolongasse por 48 horas, com interrupção nos períodos da madrugada e da manhã.

Ainda segundo a mesma fonte, o regulamento agora aprovado também estipula que os cadernos eleitorais fiquem definitivamente fechados um mês antes do dia da eleição na federação.

Até aqui, os militantes socialistas podiam votar pagando quotas em atraso no próprio dia da eleição, o que provocava alterações de última hora nos cadernos eleitorais.

«A direção do PS quis, com esta mudança, dar uma lógica de maior transparência e democraticidade nos atos eleitorais internos do partido», disse a agência Lusa o mesmo responsável socialista.
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