Seguro quer «um novo Governo com legitimidade democrática» - TVI

Seguro quer «um novo Governo com legitimidade democrática»

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Líder do PS diz que não se pode prometer tudo a toda a gente

O secretário-geral do PS defendeu neta segunda-feira que os desafios de Portugal requerem um Governo com uma nova legitimidade democrática, advertindo que os políticos têm de ter consciência de que não podem prometer tudo a toda a gente.

Estas posições foram defendidas por António José Seguro numa conferência intitulada "Next Left e os movimentos sociais", iniciativa que foi promovida pela Fundação Respublica e pelo Instituo Renner na Reitoria da Universidade de Lisboa.

Em discurso na conferência «Next Left e os movimentos sociais», na Reitoria da Universidade de Lisboa, o líder socialista abordou a questão da tensão existente nas sociedades democráticas entre realidade e ideal - tema em que condenou as falsas promessas feitas por responsáveis políticos, considerando que essas falsas promessas mais agravam a desconfiança e a distância entre os cidadãos e os partidos.

Partindo desse mesmo ponto, António José Seguro defendeu para Portugal «um novo Governo com legitimidade democrática» renovada argumentando que está a aumentar a distância entre a democracia real e a democracia ideal.

«As pessoas olham para os atores do processo democrático e não se reveem muitas das vezes nas atitudes e nos comportamentos sentindo que os seus problemas estão a aumentar e que não há uma resposta das instituições. Isso leva ao afastamento dos cidadãos em relação ao processo democrático, leva à desafetação, à desilusão e desfiliação», sustentou o secretário-geral do PS.

Para o líder socialista, no caso português, os líderes políticos, estejam no Governo ou na oposição, «têm de aproximar o discurso da realidade, porque se houver afastamento, a consequência é que, no plano imediato, ou quando se chegar à função governativa, gerar-se-á desilusão e desconfiança».

«É isso que se passa em Portugal, com um Governo que prometeu precisamente o contrário do que está a fazer. Além de se colocar o problema da legitimidade do contrato eleitoral, há também problemas de desafetação, desilusão e desconfiança. Como o país tem problemas sérios que precisam de uma abordagem mais profunda do que tradicionalmente, isso convoca a necessidade de uma legitimidade democrática para poder fazer o que é necessário fazer», advogou.

Para António José Seguro, quando em campanha eleitoral se fazem promessas em que há a certeza de não se poderem cumprir, «caso do atual Governo, isso significa que se aumenta a distância entre discurso político e a realidade».

«Quem está hoje na vida pública e ambiciona governar o país, tem de possuir a consciência de que não se pode prometer tudo a toda a gente. Em cada momento, é preciso ter a noção que é preciso falar verdade, sem cortar a esperança às pessoas, mas simultaneamente propondo aquilo que é necessário ser feito para gerar confiança e para resolver os problemas concretos das pessoas», acrescentou Seguro.
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