Sócrates: «Duvido que o Freeport me custe a maioria» - TVI

Sócrates: «Duvido que o Freeport me custe a maioria»

Primeiro-ministro considera que este processo é «uma cruz» e deixou aviso aos adversários: «Não me vencem desta forma»

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O primeiro-ministro disse, esta terça-feira, que continua a estar confiante na maioria absoluta nas eleições legislativas. «Duvido que o caso Freeport me custe a maioria absoluta», afirmou, em entrevista à RTP.

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Este processo «é uma cruz, mas não me vencem desta forma. Duvido que me custe a maioria absoluta. Fui várias vezes alvo de campanhas negras, mas os portugueses sabem avaliar e julgar. Aqueles que acham que me podem vencer, não em função do mérito político, mas com aquilo que é um clássico, que é inventar um processo e lançar suspeição na minha credibilidade, cometem um grave erro», declarou.

O Jornal Nacional de Sexta da TVI foi motivo de ataques por parte de José Sócrates: «É uma verdadeira caça ao homem. Não é um telejornal, é um telejornal travestido. É um ataque pessoal feito de ódio e perseguição.»

Confrontado com o DVD divulgado pela TVI, o PM riu-se do vídeo no qual é chamado de «corrupto» por Charles Smith. «Apresentei queixa contra esse senhor e eventualmente contra alguém que utilizou o meu nome para obter uma vantagem ilegítima. Considero isso apenas um insulto. Já entreguei o processo judicial por difamação e injúrias. A palavra [corrupto] foi usada como folhetim na comunicação social. Nunca vi Charles Smith, não o conheço. Confio na Justiça para que tudo seja apurado», defendeu.

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Os processos judiciais movidos contra jornalistas, alguns dos quais da TVI, foram contornados: «A versão difundida na comunicação social tem o objectivo de me atingir politicamente. É um insulto, uma difamação e agirei contra essas pessoas. Movi processos judiciais contra pessoas e não contra jornalistas. A liberdade de imprensa não é difamar-me e injuriar-me. A liberdade deve ter um limite.»

Negando «qualquer pressão» no âmbito da investigação do Ministério Público, José Sócrates assegurou que nunca se encontrou com qualquer procurador: «Nunca troquei opiniões com nenhum procurador sobre isso.»

O primeiro-ministro optou por sublinhar o modo como «nasceu» o caso Freeport. «Em Outubro de 2004, 15 dias depois de ter sido eleito secretário-geral do PS, chega uma carta anónima à PJ escrita por um dirigente político do CDS de Alcochete. Sendo um responsável político de um partido opositor ao meu, há uma tentativa de esconder a motivação política por trás desta carta», disse.

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«A PJ fez averiguação preventiva e depois houve uma série de reuniões de inspectores com adversários políticos meus, que terão dado informações à polícia sobre o caso. A 7 de Fevereiro, a PJ decide abrir um inquérito em plena campanha eleitoral. Depois surge um documento falsificado com o meu nome e o nome da minha mãe com o único objectivo de me incriminar», criticou.

Metendo «as mãos no fogo» pelos seus secretários de Estado, o PM garantiu e defendeu que, «apesar de não ter tido intervenção directa» no processo de licenciamento ambiental do Freeport», este «cumpriu não só todos os aspectos legais como também defendeu os valores ambientais».

À «tentativa de assassinato político» que este caso julga representar, José Sócrates acredita «que o MP esteja a investigar um caso de corrupção», mas «não relacionado com a legalidade do projecto». «Eu confio na investigação. Espero que se esclareçam todas estas questões. Sou um dos interessados nisso. A investigação será capaz de identificar e punir alguém que tenha utilizado o meu nome abusivamente e criminosamente», afirmou.
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