CGD: Carlos Costa “sabe exatamente o que fez” e deve avaliar condições para continuar - TVI

CGD: Carlos Costa “sabe exatamente o que fez” e deve avaliar condições para continuar

  • CE
  • 13 fev 2019, 17:58

Declarações de Rui Rio, presidente do PSD

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta quarta-feira que o governador do Banco de Portugal “sabe exatamente o que fez” quando foi administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e deve avaliar se tem condições para se manter no cargo.

Se estiver com a consciência completamente tranquila, então fica no lugar, vai à comissão de inquérito e está à vontade porque nada vai aparecer. Se assim não é, se tem a consciência de que participou naquelas decisões ruinosas, entendo que devia sair pelo próprio pé”, defendeu, considerando que "o pior que podia acontecer” é ser a comissão de inquérito a verificar a participação de Carlos Costa nessas decisões, sem que o governador as tivesse assumido.

Questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião com sindicatos de professores, sobre a situação do governador do Banco de Portugal, Rio considerou que Carlos Costa está “obviamente” fragilizado.

A última coisa que sou é hipócrita, obviamente que neste momento o governador do Banco de Portugal está numa situação fragilizada, dizer o contrário seria hipócrita”, afirmou.

 

Se o que fez não está dentro desses parâmetros, em nome da defesa do Banco de Portugal, dele próprio, e do país, devia abdicar”, considerou.

Por outro lado, defendeu, se Carlos Costa considera que cumpre esses parâmetros “deve continuar”.

O líder do PSD foi ainda mais específico: “Se sabe o que fez e participou em créditos que se deram a pessoas, sem qualquer garantia, para comprar ações da Cimpor e do BCP, se participou por exemplo nessas decisões, na minha posição isso é insustentável”.

A decisão que tomar agora ele próprio é determinante, se fica é porque está seguro que vai à comissão de inquérito e defende-se com facilidade, não podemos é arrastar”, disse.

Reação surge depois de, na segunda-feira, o Bloco de Esquerda ter entregue, no parlamento, um projeto de resolução no qual pedia a avaliação da idoneidade de Carlos Costa.

Em véspera de arranque de mais uma comissão de inquérito parlamentar à gestão da CGD, tanto à esquerda, como à direita, os partidos políticos não declinam completamente a exoneração de Carlos Costa mas, antes de se tomar qualquer decisão, dizem que é preciso uma investigação na comissão parlamentar e exigem que o governador do Banco de Portugal seja o primeiro a ser ouvido.

Em causa está a alegada intervenção de Carlos Costa em créditos concedidos pela CGD quando era administrador do banco público, entre 2004 e 2006.

Em notas divulgadas pelo Banco de Portugal, Carlos Costa referiu que pediu em novembro para não participar em decisões sobre a auditoria à CGD, em que foi administrador, o que foi aceite na altura.

Carlos Costa referiu ainda que, quando foi administrador da CGD, era responsável pelas áreas de 'marketing' e internacional e que “não teve responsabilidades nas áreas de crédito, risco, acompanhamento de clientes ou de controlo e auditoria interna”.

 

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