Covid-19: "Não há um controlo capaz das fronteiras portuguesas", diz Rui Rio - TVI

Covid-19: "Não há um controlo capaz das fronteiras portuguesas", diz Rui Rio

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  • 21 dez 2020, 19:25

Presidente do PSD alertou para situações em que cidadãos obrigados a ter um teste à covid-19 “entram sem o ter”

 O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta segunda-feira que “não há um controlo capaz das fronteiras portuguesas” e alertou para situações em que cidadãos obrigados a ter um teste à covid-19 “entram sem o ter”.

No final de uma reunião com representantes sindicais e laborais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Rui Rio confessou ter ficado “muito preocupado” com os relatos de situações que lhe foram feitos e que disse não querer reproduzir na totalidade em público.

Não há um controlo capaz das fronteiras portuguesas, há muita deficiência na forma como se estão a controlar as fronteiras portuguesas. O exemplo que estou a dar é que, inclusive, cidadãos que não trazem o teste feito e têm de o fazer aqui, muitos entram sem o fazer”, alertou.

“Eu devo dizer que fiquei muito preocupado com a fiscalização que se está ou não se está a fazer nas fronteiras portuguesas”, acrescentou.

Questionado sobre as restrições impostas pelo Governo a cidadãos provenientes do Reino Unido devido a uma nova estirpe da covid-19, Rio disse concordar com as mesmas, que apenas permitem a entrada de cidadãos portugueses e residentes em território nacional e mediante a realização de um teste.

Concordo como é lógico. Se me pergunta se temo, face ao que ouvi aqui, que não seja fiscalizado? Temer posso temer, mas não há de ser uma quantidade assim tão grande que não permita uma fiscalização adequada”, afirmou.

A morte do cidadão ucraniano, Ihor Homeniuk, que terá sido vítima de violentas agressões por três inspetores do SEF, foi também abordada na reunião, com Rio pedir cautela perante novas denúncias de maus tratos pelo mesmo serviço nos últimos dias.

“Cada vez que há um relato deve haver uma averiguação, a verdade é que não podemos agora, através de exemplos que possam não ter adesão à realidade, ir criando sobre as polícias e, neste caso sobre o SEF, uma desautorização, porque isso ainda degrada mais as situações que ouvimos”, afirmou.

O líder do PSD disse ter ouvido na reunião que “a situação não é sistémica”, o que não impede que as denúncias sejam investigadas.

Não podemos olhar para as polícias e, neste caso, para o SEF da maneira como agora se está a tentar olhar, porque isso gera desautorização”, disse.

Os representantes sindicais e laborais do SEF levaram ainda a Rio acusações de “falta de instalações e de meios humanos”.

Leva, por exemplo, a que estejam mais de cem pessoas a aguardar repatriamento em locais onde só cabem 50, o que gera tensões altamente indesejáveis”, afirmou.

Questionado sobre o ‘tweet’ que fez na sexta-feira e em que referia a morte do cidadão ucraniano para comentar a fiabilidade de uma sondagem, Rio não retirou o que escreveu, dizendo que se foi “muito criticado”, também foi “muito apoiado”.

“A sondagem, em minha opinião, é algo que é quase um insulto à nossa inteligência: com tudo aquilo que tem acontecido no país de desgoverno e em que o caso mais grave é morte de cidadãos ucraniano, é quase um insulto dizer que o PS e o Governo continuam a subir. É essa a ironia que aí está”, referiu.

Questionado se concorda com o diagnóstico do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho que acusou na sexta-feira o Governo, no caso SEF, de estar a fazer “uma fuga às suas responsabilidades”, Rio respondeu afirmativamente.

“Sim, eu concordo que este Governo, não só nesta matéria, como em muitas outras, tem sempre tendência à fuga às responsabilidades, isso é permanente. Nesta questão do SEF, o Governo e em particular o ministro da Administração Interna andou a fugir às suas responsabilidades. Isso é evidente, para mim e para os portugueses, apesar de não parecer refletidos nas sondagens”, disse.

E à pergunta se se sentia confortável com “as aparições” de Pedro Passos Coelho, o atual presidente do PSD respondeu: “Nem fico confortável, nem desconfortável, tem todo o direito em falar no momento em que entende que deve falar, porque não?”.

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