Debate PSD: recortes, "vidrinhos" e águas passadas fizeram estalar o verniz - TVI

Debate PSD: recortes, "vidrinhos" e águas passadas fizeram estalar o verniz

  • Paulo Delgado
  • Atualizada às 22:41
  • 10 jan 2018, 21:16

Cortesia incial foi quebrada com Rui Rio a mostrar parangonas de jornais com alegadas críticas de Santana Lopes ao ainda presidente do PSD. Antes, o opositor justificava palavras que tem usado dizendo "não podemos ser vidrinhos"

No debate crucial entre Santana Lopes e Rui Rio, em direto no Jornal das 8 da TVI, esta quarta-feira, ambos os candidatos à presidência do PSD preferiram de início manter a cortesia. Mas por pouco tempo. O antigo autarca portuense acusou o ex-provedor da Santa Casa de criticar Passos Coelho e até aplaudir António Costa.

Tive discordâncias com Governo de Passos Coelho, mas nunca vim a público fazer qualquer crítica. Tive discordâncias em público como presidente da Câmara do Porto, com esse e com qualquer Governo", justificou-se Rui Rio, por seu lado.

“Santana arrasa Passos", "Santana defende que Passos deve pedir desculpa", "Santana revoltado com o PSD” foram três das seis manchetes de jornais que Rui Rio mostrou e usou para criticar apoio de Santana a Passos Coelho.

Assumo e sempre assumi, no princípio, tinha as maiores reservas face a Passos Coelho. Depois, para mim, superou as expetativas todas", responderia por seu turno, pedro Santana Lopes.

“Não podemos ser vidrinhos”

Apesar do ataque, Rio considerou que a “campanha ainda está num patamar diferente da que aconteceu no Partido Socialista”, entre António Costa e António José Seguro.

Não estou nada zangado com ele e ele seguramente não estará zangado comigo”, afirmou Rio, mostrando-se, contudo, sentido por ataques feitos pelo opositor, por ter dito “que não estive com Passos Coelho e que sou irmão gémeo siamês de António Costa”.

Reclamando vontade apenas de “clarificação política”, Pedro Santana Lopes justificou o facto de ter considerado que o opositor era “paroquial”.

Entendo que o meu oponente tem uma visão tradicional”, afirmou, acrescentando que na política “não podemos ser vidrinhos”.

Santana refirmou que “não seria candidato se Passos Coelho tivesse continuado”, mas acrescentou nunca ter “falado em trapalhadas, em instabilidade, em tendas de circo no país, o que tenho ouvido constantemente desde o início da campanha”, lembrando expressões de Rui Rio.

Sou candidato por mim e não sou candidato por ninguém. Assumo o que fiz e apresentei  propostas que fiz e não fui acrescentando à medida”, sublinhou Santana Lopes.

Confrontado com acusações de Rui Rio, sobre aplausos a António Costa e críticas a Passos Coelho, Santana Lopes defendeu-se: "Assumo e sempre assumi, no princípio tinha as maiores reservas face a Passos Coelho. Depois, para mim, superou as expetativas todas".

Entrando no registo de "guerrilha", Pedro Santana Lopes recuperou casos antigos, do tempo em que governo o país durante meses, em 2004/2005, com Rui Rio como secretário-geral da sua presidência no PSD.

Ao cabo de cinco meses, avaliar uma governação que devia ser de quatro anos não é correto. Nem é justo. A maior parte das pessoas não aceita a injustiça que foi cometida", foram extratos de um longo parágrafo lido por Santana Lopes, que culminou revelando o autor das palavras: "Rui Rio, 12 de fevereiro de 2005, no Porto, na campanha para as legislativas".

 

Estás a dizer que eu, num comício para as eleições de 2005, como vice-presidente do partido, fui a um comício na cidade onde era presidente da câmara, fui defender-te, que eras líder legítimo do meu partido. Querias que eu fosse dizer mal do candidato do meu partido, que eras tu?”, respondeu Rio, assumindo ter sido “sempre leal aos líderes todos do partido".

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