Ferro Rodrigues defende-se: "A minha imparcialidade é total" - TVI

Ferro Rodrigues defende-se: "A minha imparcialidade é total"

  • VC
  • 23 fev 2017, 15:22
Ferro Rodrigues

PSD acusa o Presidente da Assembleia da República de parcialidade e de ter tido uma "intervenção muito infeliz" no processo da Xaixa Geral de Depósitos. CDS vai até reunir-se com Marcelo para fazer queixa

Visado nos últimos dias por críticas de parcialidade por parte de PSD e CDS, o presidente da Assembleia da República, o socialista Ferro Rodrigues, defendeu-se hoje garantindo que a sua "imparcialidade é total".

Efetivamente a minha imparcialidade é total. É evidente que há pessoas que continuam a pensar que a maioria é a mesma de há um ano e meio, mas, infelizmente para elas, não é e, portanto, têm que se habituar às novas regras e às novas circunstâncias democráticas da Assembleia da República".

Ferro Rodrigues falava aos jornalistas, à margem da 11.ª sessão plenária da Assembleia Parlamentar para o Mediterrâneo (APM), a decorrer no edifício da Alfândega do Porto, depois de ter sido publicada hoje, no jornal Público, uma entrevista com o líder parlamentar do PSD. Luís Montenegro acusa Ferro Rodrigues de parcialidade.

A motivar esta tensão entre a direita e o número dois do Estado português está a Caixa Geral de Depósitos, com o PSD a considera que o presidente da AR “teve uma intervenção muito infeliz” no âmbito deste processo: “Começou por levantar obstáculos sem fundamento à delimitação do objeto inicial e chegou ao limite de, na conferência de líderes, dizer ao PSD e ao CDS que era um mau serviço ao parlamento suscitar o assunto do boicote a que estamos a ser sujeitos”, disse Luís Montenegro.

Também o CDS-PP está descontente com o desempenho do Presidente da AR e a sua líder Assunção Cristas vai até reunir-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa para "contar o que se passa no Parlamento". 

Ferro Rodrigues argumenta que “todos os deputados sabem” que não é “condicionável a não ser pela Constituição, pelo Regimento e pelas leis”, e que não é “condicionável nem por ameaças, nem por determinado tipo de pressões, venham elas de onde vierem”.

Não sou pressionável a não ser condicionado pela Constituição, pelo regimento e pelas leis, não por qualquer entrevista de um dirigente político”.

Ferro estranha que ainda não tenha entrado na mesa da Assembleia qualquer informação sobre a nova comissão de inquérito sobre o envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da Caixa Geral de Depósitos, anunciada no dia 17 pelo PSD e CDS-PP.

Acho muito estranho que ao fim de quase uma semana de anúncio nada tenha entrado. Portanto, eu estou à espera que chegue essa informação, de que entrou na mesa da Assembleia a nova comissão de inquérito”.

O presidente da AR quis ainda deixar uma mensagem aos portugueses, dizendo que “podem estar tranquilos” quanto à sua atuação sobre “tudo o que se passar em matéria de comissões de inquérito”.

Quando questionado se já tem definido o objeto da nova comissão de inquérito sobre o que se passou na CGD, o Luís Montenegro responde, na mesma entrevista, que “o texto está praticamente pronto”.

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