Governador e offshore: esquerda "ataca" ex-governo de direita - TVI

Governador e offshore: esquerda "ataca" ex-governo de direita

No debate quinzenal houve quem defendesse que Carlos Costa não tem condições para continuar. Já sobre os paraísos fiscais é preciso saber o que aconteceu com os 10 mil milhões de euros

A nova polémica em torno do governador do Banco de Portugal foi um dos temas a marcar o debate quinzenal desta quarta-feira. A Esquerda diz que Carlos Costa não tem condições para continuar mas o primeiro-ministro garante que tem uma relação leal e construtiva com o responsável da instituição. Já em relação às transferências para offshore, o chefe do Governo refere que é preciso esclarecer tudo e acabar com a concorrência desleal que existe a nível europeu.

As alegadas falhas de supervisão do Banco de Portugal serviram de arma de arremesso entre as bancadas, com a Esquerda a responsabilizar o governo PSD/ CDS-PP por ter reconduzido o governador.

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, refutou as críticas do PSD à posição bloquista: "O Banco de Portugal não está acima de crítica e criticá-lo não é atentar quando à sua independência. Critica-se porque foi incapaz de mostrar a sua independência. Não foi independente dos banqueiros nem do anterior Governo”.

Sobre transferências para offshore: "Há ainda muito para saber". "O que sabemos é que Paulo Núncio não quis a publicação das transferências" e isso fez com que o erro fosse detetado mais tarde, acrescentou a bloquista.

Costa respondeu para sair em defesa do governador mas atacar o PSD: "Há um problema com o Banco de Portugal e por isso tomam, tão rapidamente as dores de reportagens [referindo-se à reportagem da SIC]. Porque aquela reporta-se a factos anteriores à nomeação do governador, o PSD vem defender-se a si próprio por ter feito uma recondução”.

E acrescentou que “Governo não tem que se pronunciar sobre as decisões então tomadas. Enquanto era líder do PS pronunciei-me na altura. Agora, cumpre-me trabalhar de forma leal e construtiva com as instituições que existem e que estão em funções”.

Mas mais à frente, no debate, Heloísa Apolónia, líder de “Os Verdes” pediu mesmo “a cabeça” de Carlos Costa.

"Este governador não tem condições para continuar no cargo", defendeu.

Já sobre as offshore, a deputada do PEV afirmou que já houve algumas responsabilidades, uma vez que "Paulo Núncio já veio assumir parte dessas responsabilidades políticas”, apesar de haver “um Governo que fechava os olhos a transferências" para paraísos fiscais enquanto aumentava os impostos, atirou referindo-se ao executivo PSD/ CDS-PP.

E é exatamente sobre os 10.000 milhões de euros que “fugiram” ao controlo da máquina fiscal, que o PCP quer ver o Governo ir mais longe.

O líder do comunista, Jerónimo de Sousa, frisou que "ainda é necessário saber, por completo, o que aconteceu". E não poupou o PSD: "É a confirmação da política de dois pesos e duas medidas do anterior Governo de direita, que esmagou o povo os trabalhadores com impostos e cortes de direitos, enquanto deixava sair os milhões sem que seja crime ou sem pagar impostos."

O secretário-geral comunista acrescentou que os portugueses não percebem os "mecanismos" das offshore, mas "sentem que é uma pouca vergonha e que nesta matéria o crime compensa", o que lhes deixa um "sentimento de indignação".

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