Menezes abandona liderança e convoca eleições - TVI

Menezes abandona liderança e convoca eleições

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Líder do PSD não se recandidata às directas, marcadas para 24 de Maio. Ao fim de seis meses, social-democrata está farto da oposição interna «pouco digna». «Para mim, chega!»

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«Para mim, chega. Basta!» Com esta e outras frases determinadas, Luís Filipe Menezes anunciou, esta quinta-feira, ao início da noite, que vai abandonar a líderança do PSD e não se recandidata às eleições directas, que ficam marcadas para 24 de Maio.

«Vou solicitar ao Conselho Nacional, que convoque directas para 24 de Maio». Mas sem apresentar uma recandidatura: «Não estou na corrida», garantiu, numa declaração proferida após uma reunião da Comissão Política, no mesmo dia em que o ex-ministro da Justiça do PSD, Aguiar Branco, anunciou, numa entrevista na Visão, estar disponível para concorrer à direcção social-democrata.

«É chegada a hora para que os críticos avancem; não há desculpas», sublinhou o líder demissionário do PSD, culpando a oposição interna por esta decisão, mas também reconhecendo que não conseguiu vencer as «contrariedades»: Hoje reconheço que não consegui vencer. Assumo a inteira responsabilidade. Poderia continuar a tentar, e teria o apoio das bases. Mas para mim chega. Basta. A minha honra e dignidade não me permitem mais cedências».

Depois de em alguns minutos ter feito um balanço de seis meses à frente do PSD, Menezes garantiu estar farto de uma «oposição interna permanente, diária, pouco digna, nada corajosa, de dezenas de militantes que acham que têm uma grande visibilidade pública, mas que são completamente ignoradas pela população em geral».

«Como líder do PSD tenho a certeza que enfrento a maior campanha destrutiva de sempre», sublinhou, garantindo não estar seguro que esta atitude, de abandonar a liderança, resolva «os problemas do partido, porque o PSD está doente», plasmados nos «insultos pessoais», que «destruíam o PSD, desgastaram a sua imagem de partido alternativo».

«Eu nunca matei pelas costas»

Sem responder a perguntas dos jornalistas, Menezes apenas disse ter sido muito claro na sua declaração. E nesse discurso afirmou que não está na corrida, mas que continuará «como militante de base». Mas vai continuar na autarquia de Vila Nova de Gaia, onde gosta de estar. «Continuarei a cumprir o mandato em Gaia, onde sou muito estimado».

«Apareçam: não há nenhum motivo para desculpas»

O ainda líder do PSD desafiou os críticos a aparecerem: «Que tenham coragem. Não há nenhum motivo para desculpas. Está na altura de demonstrarem que são carismáticos, mobilizadores».

«A minha honra e dignidade não permitem continuar, nunca matei pelas costas», disse ainda, considerando que, em seis meses, fez renascer um «partido em estado comatoso, sem iniciativa política». «Estou farto, basta!».
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