Menezes acusa Sócrates de «enorme descaramento»

O presidente do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de ter um «enorme descaramento» ao falar de falhar compromissos, afirmando que José Sócrates é, em Portugal, um «paradigma» em matéria de mudança de comportamento, noticia a Lusa.

Luís Filipe Menezes, que hoje encerrou a 5ª Convenção Autárquica do PSD do distrito de Santarém, reagia às acusações que lhe foram feitas indirectamente por José Sócrates, ao referir-se aos que «faltam à palavra dada» e não honram os compromissos assumidos, aludindo aos «recuos» do PSD nos pactos da Justiça e da Lei Eleitoral Autárquica.

«Quanto a discurso ético, mais vale o engenheiro José Sócrates não falar de ética porque não queremos entrar em matérias que têm a ver com a dignidade dos políticos em termos individuais», afirmou.

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Zona J acolhe Menezes

Menezes acusou ainda o primeiro-ministro de falar de mudança e citar o candidato democrata às eleições norte-americanas Barak Obama quando sexta-feira atingiu «mais um recorde», o do maior abrandamento económico do país desde 1993, relatado sexta-feira pelo Banco de Portugal.

«Engenheiro Sócrates está de partida»

Este «recorde», aliado à «tensão social» que se vive no país, é sinal de que «o engenheiro Sócrates está de partida», disse.

O presidente do PSD acusou o primeiro-ministro de ser ele quem falha compromissos, ao ter prometido não aumentar impostos, não portajar as SCUTS, não tocar em direitos sociais, ao jurar que o aeroporto seria na Ota e a ponte entre Chelas/Barreiro sem discussão pública e que disse que o ministro da Saúde não ia embora e «três dias depois despediu-o».

Reagindo ainda à notícia de um semanário que refere hoje a «irritação» do presidente da República, pela quebra dos pactos acordados com o PS, Luís Filipe Menezes garantiu que Cavaco Silva tem tido «um comportamento institucional irrepreensível e uma relação extraordinária com o PSD».

Menezes aludiu ainda à «intriga» de adversários, mas também de alguns militantes do PSD, perante a «coragem» que tem tido de «afrontar para ganhar».

Segundo disse, alguns militantes não acreditavam que «isto fosse a sério, para ganhar, e estão agora muito aflitos», nomeadamente depois de ter afirmado que as listas de deputados passarão a ser escolhidas pelas bases do partido, o que leva alguns a estarem «particularmente preocupados».