Passos Coelho acusa Governo de atuar em função de "preconceitos políticos" - TVI

Passos Coelho acusa Governo de atuar em função de "preconceitos políticos"

Passos Coelho

Presidente do PSD diz que "muitas das coisas que foram decididas pelo Governo e pela maioria que o suporta" não tiveram em conta a análise "de resultados" da governação anterior

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, criticou, esta quinta-feira, o Governo por atuar em função de "preconceitos políticos" e não de resultados de medidas implementadas.

Muitas das coisas que foram decididas pelo Governo e pela maioria que o suporta resultaram de entendimentos entre os partidos" apenas por "preconceito político" e não foi tomado em conta a análise "de resultados" da governação anterior, declarou Pedro Passos Coelho, falando no jantar de Natal dos deputados do PSD.

O líder dos sociais-democratas sublinhou que uma postura como esta "é o que se espera numa sociedade madura, evoluída".

Ninguém fica preso eternamente a uma determinada política. Se são boas, há que as prosseguir, se não são boas, são para corrigir", vincou, garantindo que seria isso que faria se estivesse atualmente no Governo - e que aí olharia para o passado recente de governação PSD/CDS-PP para eventualmente alterar políticas que estivessem a dar menores resultados.

Depois, o social-democrata falou de sondagens para dizer que, mesmo no executivo, o PSD "não governou a olhar para as sondagens", e foi mais longe: "Os nossos princípios não estão no mercado das sondagens".

De volta às críticas ao Governo, Passos definiu como "ações de piromania" o falar de temas como a "renegociação da dívida" numa altura em que "os mercados andam agitados e onde a volatilidade é muito maior".

Quando o Governo aceita pronunciar-se sobre estas matérias comporta-se como um pirómano e está a lançar fogo para tudo o que está à sua volta", sublinhou o presidente do PSD.

E prosseguiu, alargando as críticas aos parceiros parlamentares do executivo: "Aqueles que suportam o Governo e que o integram, ao fim de um ano de responsabilidades governativas continuam mais preocupados em reescrever a história do passado do que apontar caminhos para o futuro"

Antes, o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, havia lembrado que há quem aponte que Passos "não despiu o fato de primeiro-ministro", mas a realidade é que os partidos da esquerda "é que não despiram o fato de serem opositores ao PSD".

O rolo compressor desta maioria funciona e com uma veemência que parecia inimaginável para quem ouvisse os discursos destas pessoas e protagonistas quando não tinham de suportar o Governo", frisou Montenegro, referindo-se aos líderes de BE e PCP, respetivamente Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.

 

Passos já não fala no diabo e prevê agora visita dos Reis Magos em janeiro 

Durante a sua intervenção, o presidente do PSD brincou com a alusão que lhe é feita à vinda do "diabo", prevendo agora a visita dos "Reis Magos" em janeiro.

Desta vez desejo-lhes um bom Natal e que nos possamos reencontrar logo em janeiro, esperando eu que nessa altura possamos ser visitados pelos três 'Reis Magos'", brincou Pedro Passos Coelho, perante risos dos parlamentares sociais-democratas presentes no jantar, na Assembleia da República.

A referência à vinda do diabo terá surgido na última reunião da bancada do PSD antes da pausa para o Verão deste ano, encontro sem a presença da comunicação social - Passos abordou essa matéria e quis falar na visita "por janeiro, para as janeiras", de Baltazar, Belchior e Gaspar.

No que depender de nós, faremos de 2017 um grande ano para Portugal e para os portugueses", garantiu.

Contudo, as palavras do líder do PSD foram de grandes críticas para com o Governo, que, advoga, "pretende criar uma confusão, criar uma nuvem de fumo para que não se discuta o essencial para o país".

Estamos hoje pior que há um ano. Em todos os indicadores, o país está aquém do que fomos capazes de fazer em 2015", vincou Pedro Passos Coelho.

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