"Por que razão o PS demorou mais de três anos a demarcar-se de José Sócrates?" - TVI

"Por que razão o PS demorou mais de três anos a demarcar-se de José Sócrates?"

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, abriu o debate quinzenal esta quarta-feira questionando o primeiro-ministro sobre as críticas de dirigentes socialistas a José Sócrates. Mais tarde, a líder do CDS, Assunção Cristas, levava outra polémica ao debate: o caso que envolveu o antigo ministro socialista Manuel Pinho

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, abriu o debate quinzenal esta quarta-feira, questionando o primeiro-ministro sobre as críticas de dirigentes socialistas a José Sócrates, que culminaram com a saída do antigo primeiro-ministro do PS.   

Por que razão o PS demorou mais de três anos a demarcar-se de José Sócrates e do seu comportamento?".

Negrão entrou ao ataque, deixando outras quatro questões sobre a polémica que agitou a agenda política na semana passada: "Por que é que mesmo depois da acusação o PS manteve sempre o mesmo discurso? Por que é que só agora o PS mudou de estratégia e de discurso? Foi com medo de ser contaminado eleitoralmente pelo comportamento de Sócrates e Manuel Pinho? Para o PS e para o senhor o que é mais importante, os votos e as eleições ou os princípios e as convicções?".

Questões às quais António Costa não respondeu diretamente. O primeiro-ministro começou por acusar o líder social-democrata de "deslealdade parlamentar" por levar o assunto ao hemiciclo para depois reiterar que "desde a primeira hora que disse que não obstante as relações de amizade e de camaradagem, entendia que o PS se devia manter apartado desse debate e confiar ao sistema judiciário essa investigação".

Não deixamos esconder é que se obviamente aqueles factos vierem a ser provados isso constitui uma desonra para a democracia e se não vierem a ser provados é a boa demonstração de que o sistema de justiça funciona o que é uma honra para a nossa democracia", sublinhou o primeiro-ministro.

O líder parlamentar do PSD insistiu no tema, notando que Costa não respondeu às perguntas. Depois, Negrão foi mais longe e deixou uma nova questão:

Afinal a bancarrota foi culpa da crise ou das decisões do governo presidido por José Sócrates?"

Na resposta, Costa lembrou que a "crise das dívidas soberanas não atingiu só Portugal mas outos países", considerando que se tratou de uma situação com "uma raiz sistémica" relacionada com uma "construção defeituosa da zona euro".

Mais tarde, a líder do CDS, Assunção Cristas, levava outra polémica ao debate: o caso que envolveu o antigo ministro socialista Manuel Pinho. A centrista perguntou ao primeiro-ministro o que estava a fazer, nomeadamente em termos de "mecanismos de fiscalização" dentro do Governo, para impedir que o que aconteceu no passado não se volte a verificar. 

Depois de termos visto que havia surpresa do lado de vários dirigentes do PS em relação ao que se passou no anterior Governo, ninguém viu nada ninguém se apercebeu de nada. (...) Se isso foi assim, o que é que o senhor primeiro-ministro está a fazer internamente no seu Governo, se considera ser necessário ter um escrutínio interno, mecanismos de fiscalização para que o que aconteceu no Governo do passado não aconteça agora também?".

Costa foi curto na resposta: "Desconheço que relativamente a qualquer membro do atual Governo exista qualquer situação como a que alegadamente ocorreu relativamente a outros membros de um Governo do qual eu também fiz parte".

Cristas insitiu no tema, mas o primeiro-ministro voltou a reiterar a mesma ideia: "Se tiver alguma situação em concreto estou disponível para a ouvir de bom grado. A situação que tem sido descrita na comunicação social como envolvendo um antigo ministro da Economia deixou toda a gente de surpresa como ficaria surpresa se houvesse essa notícia sobre algum antigo colega do seu governo". 

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