Rio critica Governo e “credores” que impedem reposição do poder de compra - TVI

Rio critica Governo e “credores” que impedem reposição do poder de compra

  • (Atualizada às 16:45) ALM com Lusa
  • 15 abr 2018, 15:02

Líder do PSD diz que só na CGD e Novo Banco o Executivo meteu oito mil milhões

O líder do PSD criticou hoje o Governo por “recusar dizer quem foram os credores que ficaram com o nosso dinheiro”, impedindo “melhorar a qualidade de vida das pessoas” e “repor o poder de compra dos funcionários públicos.”

Estamos a falar de um escasso número de pessoas que ficou a dever milhões e milhões à Caixa Geral de Depósitos [CGD] e ao Novo Banco [que ficou com os ativos e passivos de qualidade do BES - Banco Espírito Santo]. Nalguns casos, serão provavelmente os mesmos de um lado e de outro. Mas, se não temos capacidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas e o poder compra dos funcionários públicos, digam, pelo menos, quem são os principais responsáveis por isso ter acontecido”, afirmou Rui Rio.

O líder do PSD falava no encerramento do 25.º Congresso da Juventude Social Democrata (JSD), na Póvoa de Varzim, referindo-se ao Programa de Estabilidade apresentado na sexta-feira pelo Governo.

“Por que é que o Governo se recusa a dizer quem foram os credores que ficaram com o nosso dinheiro?”, questionou Rio, explicando que “repor o poder de compra dos funcionários públicos custaria 300 milhões de euros” e “só na CGD e no Novo Banco o Estado meteu um total de oito mil milhões de euros”, o que “são 25 vezes mais do que os 300 milhões de euros.”

Os funcionários públicos vão ver, mais uma vez, o seu poder de compra reduzido. O Governo repôs os cortes [nos salários]. Mas os salários sofreram uma erosão acumulada com a inflação. Há que tirar uma conclusão: não há nenhum milagre económico nem a economia nacional é fluorescente”, afirmou.

Para Rio, o Programa de Estabilidade “pinta Portugal e a economia de tintas cor-de-rosa com algum toque de vermelho.”

De acordo com as previsões do Governo, podemos ter uma certeza absoluta: se correr bem, daqui a cinco anos Portugal está mais atrasado do que hoje em relação à média comunitária”, afirmou.

“Se lhes correr bem, temos a certeza de que vamos ficar pior”, frisou.

Segundo Rui Rio, o crescimento de 2,3% assinalado pelo Governo não se deve a reformas por ele implementadas, mas “ao poder de arrasto da economia mundial, que está a crescer, por mérito dos empresários e não das políticas públicas.”

Para Rio, o governo socialista fez com o IRC - Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas “o contrário do que deve ser feito.”

O Governo devia baixar o IRC, até devido a um acordo feito com o PSD quando este ainda governava. Mas este Governo aumentou o IRC em 2%. Assim não pode pedir mais investimento às empresas”, notou o líder do PSD.

Esclarecendo que a subida no IRC é superior para empresas com “mais de 35 milhões de euros de lucro”, Rio vincou que, com isto, o governo do PS está “a dizer às empresas que não cresçam.”

O lucro não é mau. É o lucro que faz andar a economia e paga salários”, frisou.

Admitindo uma diminuição no desemprego, o social-democrata alertou para que “o emprego tem crescido mais do que o produto”, pelo que “a produtividade está a baixar” e os salários pagos são “mais baixos.”

“Está-se a criar emprego de baixo perfil, de baixos salários, e não empregos de qualidade”, lamentou.

No Programa de Estabilidade apresentado na sexta-feira, o Governo reviu em baixa a meta do défice deste ano para 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 1,1% inscritos no Orçamento do Estado para 2018.

O executivo reviu em alta a estimativa de crescimento económico para este ano, de 2,2% para 2,3%, e anunciou uma previsão de taxa de desemprego de 7,6%, de taxa de inflação de 1,4% e uma descida da dívida pública para 122,2% do PIB,

Em 2017, a economia portuguesa cresceu 2,7% e o emprego avançou 3,3%. O défice orçamental ficou nos 0,9% do PIB, sem a contabilização da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), operação que fez subir o indicador para 3%.

Síria: Líder do PSD "evitar escalada de violência" mas considera "equilibrada" intervenção 

O líder do PSD defendeu ainda ser necessário “evitar uma escalada de violência” no conflito com a Síria, mas afirmou que o partido está “completamente concordante” com o “aviso” deixado àquele país contra o uso de armas químicas.

A intervenção [o ataque com mísseis, por parte dos EUA, França e Reino Unido] teve a sua justa medida, foi equilibrada. O que é preciso agora é evitar uma escalada de violência, mas o que a Síria fez [ataque com armas químicas] não podia ficar sem resposta”, afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas à margem da sessão de encerramento do 25.º Congresso da JSD, que decorreu na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

Segundo Rio, “o PSD está completamente concordante com a intervenção dos EUA, França e Inglaterra”, tendo-se tratado de “uma intervenção cirúrgica que não provocou danos nas populações e que avisou muito claramente a Síria de que não é admissível usar armas químicas contra populações indefesas.”

Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram no sábado uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.

 

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