Rui Rio acredita que agora que venceu as eleições internas no PSD "estão criadas todas as condições" para que o partido possa trabalhar "com estabilidade e lealdade entre todos". O presidente social-democrata deu a sua primeira entrevista após as eleições, esta segunda-feira, no Jornal das 8 da TVI.
Acho que estão criadas todas as condições para que o partido, com estabilidade e lealdade entre todos, possa trabalhar", afirmou.
"Vieram sucessivamente dificultar-me a vida", atirou depois para logo deixar o aviso: essas codições de estabilidade "dependem também do comportamento dos outros".
Rio venceu a segunda volta das eleições no PSD este fim de semana com 53% dos votos. Luís Montenegro conseguiu apenas 47% dos votos. O presidente social-democrata interpreta esta vitória como um sinal de que "os militantes do PSD são pela estabilidade para que possamos trabalhar".
Através do Conselho Nacional há um ano e através desta eleição foi dada a indicação clara de que é preciso estabilidade interna."
Numa entrevista conduzida por Pedro Pinto e Miguel Sousa Tavares, Rio destacou que, na sua ótica, "a oposição deve ser construtiva para ser credível" e que a "oposição do bota-abaixo" agrada a muita gente a nível interno, mas não aos portugueses.
Com uma permanente oposição do bota-abaixo os adeptos vibram muito, mas os portugueses não apreciam. (...) Esta postura agrada internamente a muita gente, mas não agrada aos portugueses. (...) A oposição deve denunciar o que está mal, mas tem de ser uma oposição crítica, argumentar se está contra e o que faria se estivesse no Governo."
"Estou pelo país, não estou aqui no bota-abaixo", acrescentou.
Questionado sobre as suas ideias para o país, Rio falou sobre emprego, destacando que apesar de agora haver mais emprego, este é precário e pouco qualificado e que é preciso mudar este paradigma. O social-democrata afirmou também que é necessário baixar a carga fiscal aos "bocadinhos".
Quando digo que temos de baixar a carga fiscal é a relação entre a receita e o produto. Em vez de subir mais um bocadinho, baixar mais um bocadinho. Não é um caminho abrupto porque isso é impossível e desequilibrava as finanças públicas. Este Governo todos os anos aumenta um bocadinho, eu todos os anos diminuía um bocadinho."
O presidente do PSD vincou ainda que "a qualidade dos serviços públicos tem caído" e que esta situação não se verifica só na saúde.
A qualidade dos serviços públicos tem caído. A saúde é aquela com que mais nos confrontamos no dia a dia, mas nos transportes também há problemas, até para pedir o cartão de cidadão há problemas. Há uma péssima qualidade dos serviços públicos que tem de ser melhorada."
Por outro lado, mostrou-se disponível para fazer "as reformas estrutrais que o país precisa". "Quero ir deixando claro que se não for feito não é porque eu não esteja disponível para fazer". acrescentou.
Questionado sobre os motivos que o levam a continuar na política, Rio disse que refletiu sobre se se candidatava após as legislativas de 6 de outubro e que concluiu que havia muitas pessoas que queriam que o fizesse.
Aquilo que as pessoas me pediram quer dentro do partido quer fora do partido era que não abandonasse, que levasse o barco até ao fim. Entendi que havia muitas pessoas que queriam que eu me candidatasse e eu candidatei-me."